Escrito por: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT e Seeb-SP
Banco cobra metas abusivas e está demitindo trabalhadoras e trabalhadores, quando fez anúncio na imprensa que não demitiria durante a pandemia
Funcionárias e funcionários do Santander, em todo o Brasil, estão indignados com a irresponsabilidade e o desrespeito do banco durante a pandemia. Mesmo em um contexto tão difícil, o Santander está demitindo trabalhadores e cobrando metas abusivas.
Para denunciar as práticas abusivas do banco, trabalhadoras e trabalhadores realizaram um “twittaço”, a partir das 12 horas desta terça-feira, 16 de junho, utilizando a hashtag #SantanderRespeiteOBrasil nas redes sociais.
A participação de todos é fundamental para chamar a atenção dos brasileiros para os problemas enfrentados pelos funcionários.
Demissões
No dia 9 de junho, uma matéria publicada pelo portal UOL informava que “O Santander Brasil começou a demitir funcionários em um processo que pode cortar 20% do quadro de trabalhadores do banco”.
Embora o Santander tenha soltado comunicado negando a informação, a matéria revela como fontes “integrantes da alta gestão do banco com a condição de que não tivessem os nomes revelados”.
Demissões já foram registradas desde o dia 5 de junho em algumas cidades brasileiras. Isto contraria o anúncio que o banco fez à imprensa, e que foi confirmado às entidades sindicais, de que não demitiria durante a pandemia. No próprio site do Santander, foi divulgado que não seria promovido “nenhum processo de demissão em todo o território nacional durante o período mais crítico da epidemia de Covid-19”.
Metas abusivas
Também no contexto da pandemia, o Santander havia feito compromisso, junto com outros bancos, de que as metas seriam cobradas com razoabilidade, para garantir segurança e a saúde física e emocional dos bancários. Porém, isto não é o que vem ocorrendo.
Há várias denúncias de trabalhadores sobre cobranças abusivas e pressão por parte de gestores. O Santander inclusive aumentou, em 50%, a meta de capitalização da última semana de maio para a primeira de junho.
Bancários relatam que as cobranças estão crescendo constantemente. Primeiro, foi instituído um plano de “vendas mínimas”, no qual cada gerente deveria fazer ao menos quatro produtos de uma grade composta por nove. Depois, o banco fez um desafio de vendas de 10 produtos até o dia 10 de junho. Em seguida, o banco criou uma ferramenta de “motor de vendas”, na qual o gerente geral tem acesso a quantos produtos o gerente vendeu por dia. Resultado: o desafio agora é de 10 produtos em um dia.
“É inaceitável que um banco que lucra tanto no Brasil, mesmo em momentos de crise, trate os trabalhadores com tamanho desrespeito. O contexto de pandemia, por si só, já gera grande apreensão e o Santander ainda promove demissões e tira o sustento de trabalhadores. Além disso, pressiona funcionários pelo cumprimento de metas abusivas, gerando mais estresse e adoecimento mental. Estamos em luta contra essa irresponsabilidade. Santander, respeite o Brasil!”, afirmou o funcionário do banco e diretor do Sindicato, Wagner dos Santos.