Escrito por: Rogério Hilário
Manifestantes de várias categorias defendem a manutenção do isolamento social, valorização da enfermagem e convocam para carreata pelo Impeachment de Bolsonaro
Com atividades nas unidades de saúde de Belo Horizonte e ato na portaria na Secretaria Municipal (SMSA), o Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Municipais (Sindibel) defendeu a manutenção do isolamento social, neste período em que os casos de Covid-19 aumentam e a ocupação de leitos de CTI beira o colapso, valorização dos profissionais da saúde, com doses de vacinas suficientes para todas e todos. E convocou para a carreata de sábado, dia 23, no Mineirão, em manifestação por #ImpeachmentJá, #ForaBlsonaro e #VacinaJá. Participaram também do Ato pela Prioridade da Vida, em frente a SMSA, dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes), Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect/MG), APUBH e DCE da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Nosso ato é uma atividade em defesa da manutenção do isolamento social em Belo Horizonte. Enquanto a ocupação de leitos nos CTIs não for reduzida, ele deve ser mantido. É um contraponto à pressão que o prefeito vem sofrendo do empresariado. Nossa presença em frente à Secretaria Municipal de Saúde é simbólica, embora as manifestações estejam acontecendo em outras unidades da capital. Os empresários não colocam o pescoço em risco. Os donos do comércio têm como se defender da contaminação, enquanto trabalhadoras e trabalhadores vão se deslocar em ônibus e metrô lotados e expor a vida deles para que não haja prejuízo financeiro”, disse Israel Arimar, presidente do Sindibel.
O dirigente sindical enfatizou que o estoque de vacinas não atenderá a profissionais de saúde de Belo Horizonte, muito menos do Estado. “Todos nós sabemos que Jair Bolsonaro, o tempo todo, boicotou qualquer iniciativa para dar início à vacinação. Agora, depois da aprovação das vacinas, o Butantan não tem insumos e tem que esperar que eles sejam liberados para produzir mais. Belo Horizonte tem quase 90% dos leitos ocupados, o vírus está cada vez mais ativo. A cidade recebeu apenas 120 mi vacinas. E são necessárias duas doses. Não dá para imunizar nem os profissionais da saúde da capital. E, sabemos, este governo não tem condições de organizar, num curto prazo, a aquisição de mais doses”, afirmou.
“Também é o momento de priorizar a vida e, desta forma, nos unirmos na luta pelo impeachment de Jair Bolsonaro, que não fará nada para salvar vidas. Dia 23, sábado, chamamos a todos para participar da carreata no Mineirão, em uma atividade em que tudo estará de acordo com os protocolos sanitários para garantir a segurança das pessoas, para que possamos fazer ecoar: fora Bolsonaro”, concluiu Israel Arimar.
“Estamos juntos, Sindifes, APUBH e DCE da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em quaisquer circunstâncias, pela vacinação de todas e todos, pela democracia, em defesa de servidoras e servidores públicos, dos serviços públicos, do patrimônio do povo e da soberania nacional. E mais engajados ainda na defesa de servidoras e servidores da saúde, profissionais como os técnicos docentes, que atuam na linha de frente do combate ao Covid-19 no Hospital das Clínicas e dos estudantes de medicina, também intensamente envolvidos e em situação de altíssimo risco. E estamos aqui para enfatizar que é extremamente importante o isolamento social siga, para que trabalhadoras e trabalhadores que estão na linha de frente dos tratamento estejam bem para que a população esteja bem. E vamos participar da carreata/ato de sábado, no Mineirão, pelo Impeachment de Jair Bolsonaro, por sua política genocida durante toda a pandemia”, disse Cristina Del Papa, coordenadora-geral da Direção Colegiada do Sindifes.
Cristina Del Papa demonstrou sua indignação pelo fato de Minas Gerais não ter produzido doses da vacina, assim como São Paulo. “E também estamos aqui para denunciar que o governador Romeu Zema nada fez para que a vacinação fosse mais efetiva em Minas Gerais. Temos no Estado a Funed (Fundação Ezequiel Dias), tão importante quanto o Instituto Butantan, que poderia produzir milhões de doses da vacina. No entanto, agora faz fotos com estoques de imunizantes e vacinação. Zema foi, o tempo todo da pandemia, um zero à esquerda.”