Escrito por: Sindicato dos Metalúrgicos de BH, Contagem e Região

Sindicato celebra 50 anos da greve dos metalúrgicos de Contagem

Cerimônia, com personagens históricos, acontece na sede do Sindimet

Há 50 anos, no dia 16 de abril de 1968, cerca de 1.200 trabalhadores da siderúrgica Belgo-Mineira, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, cruzam os braços reivindicando reajuste salarial de 25%. Esta foi a primeira greve no país depois do golpe militar e surpreendeu a ditadura, que desde 1964 impunha uma política de arrocho responsável por corroer mais de 20% do valor médio dos salários. Para celebrar a histórica data, o Sindicato dos Metalúrgicos de BH/Contagem e região reuniu alguns personagem da época, que foram homenageados e contaram suas experiências, durante cerimônia realizada no dia 16 de abril de 2018, na sede do sindicato. O evento reuniu mais de 120 pessoas, entre dirigentes sindicais, trabalhadores metalúrgicos da ativa e aposentados, companheiros (as) de outras categorias, militantes do levante popular da juventude, familiares dos homenageados, autoridades e lideranças políticas. A greve que aconteceu em Contagem, em plena ditadura militar, serviu de exemplo para todo o país. Metalúrgicos de Osasco vieram à Contagem para conhecer de perto a estratégia usada pelos trabalhadores (as) mineiros (as) naquela época. A experiência adquirida aqui foi fundamental para que os companheiros paulistas também organizassem, com êxito, a greve de Osasco, em junho de 1968. 50 anos depois, personagens dos dois Estados voltaram a se reencontrar na tarde dessa segunda, 16 de abril, na sede do sindicato em Contagem, onde ficaram por mais de três horas relembrando as lutas e os desafios enfrentados durante a greve. Em Junho, os metalúrgicos de Osasco farão uma cerimônia para celebrar os 50 anos da greve em São Paulo, onde o Sindicato de BH/Contagem também será homenageado. Durante os discursos dos convidados, a conjuntura política e a perseguição ao ex-presidente Lula foi pautada por todos. Ao final do evento, o Sindicato criou o Comitê Popular Sindical Lula Livre. O local será mais um instrumento de luta do campo da esquerda e ficará responsável por organizar atividades locais em defesa da liberdade do ex-presidente.