Escrito por: Sindipetro/MG
A privatização da refinaria foi interrompida após muita luta da categoria, concretizando-se com a eleição do Governo Lula, comprometido em manter a Petrobras estatal
No dia 8 de agosto, tomou posse oficialmente o novo gerente-geral da Refinaria Gabriel Passos (Regap), Edmilson Ferreira dos Santos. O coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG), Guilherme Alves, participou como convidado da solenidade realizada na refinaria em Betim. A solenidade de posse contou com a presença de dirigentes da Petrobras e sindicais, lideranças empresariais e comunitárias, além de autoridades.
A diretoria do Sindipetro/MG avalia como positivas as declarações dos dirigentes da empresa quanto ao retorno de investimentos em refino e na Regap. No entanto, foi lamentável que nem todas as petroleiras e petroleiros próprios e terceirizados da Regap tenham sido convidados para a festividade.
Ao se dirigir aos presentes, o coordenador-geral do Sindipetro/MG, Guilherme Alves, lembrou que anteriormente havia estado naquele mesmo espaço para uma reunião que divulgava o início do processo de privatização da Regap. A privatização da refinaria foi interrompida após muita luta da categoria, concretizando-se com a eleição do Governo Lula, comprometido em manter a Petrobrás estatal.
“Já houve momentos em que dirigentes sindicais foram punidos, processados, proibidos de entrar na refinaria e hoje, estamos aqui para construir juntos a Petrobas que a gente quer”, comparou Guilherme ao explicar sobre a importância de o Sindipetro/MG estar presente.
Referindo-se à xenofobia demonstrada em falas recentes do governador de Minas, Guilherme saudou o gerente Edmilson, ressaltando a importância de todas as lutas contra opressões de gênero e raça na empresa. “Ao contrário do que pensa o governador Romeu Zema, eu tenho muito orgulho de estar na posse de um gerente-geral preto e nordestino”.
Em seu discurso, também frisou a importância estratégica da Regap para o povo mineiro que tem a vida diretamente afetada pelas políticas da Petrobrás. “O povo precisa do gás para cozinhar e do diesel para transportar as mercadorias”, destacou.
Para Guilherme Alves, há um caminho de trabalho duro pela frente a ser enfrentado, porque Minas precisa de mais empregos de qualidade, a Regap de mais investimentos, para que a unidade seja ampliada, e os trabalhadores, de mais segurança e saúde. “Precisamos acabar com as iniciativas de privatização, mas acima de tudo, apagar definitivamente o legado bolsonarista ainda presente na Petrobras, que segue assediando e desrespeitando os trabalhadores e as organizações sindicais”, argumentou.
Ele também lembrou que, com muitas lutas e enfrentamentos, a Petrobras faz 70 anos, em outubro, e o Sindipetro/MG, 60 anos, em 14 de agosto. “Vamos seguir fazendo o nosso trabalho de forma independente e lutar para conseguir avançar em direitos”, enfatizou com a expectativa de ampliação do potencial da Regap, com a garantia de direitos e conquistas da categoria petroleira.