Escrito por: Sindipetro/MG
Segundo relatos, moradores do entorno da refinaria da Petrobras, em Betim, relacionam sintomas como dor de cabeça, tontura, perda de apetite e irritação nas vias aéreas
O Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG) enviou ofício à Refinaria Gabriel Passos (Regap), cobrando a apuração e providências quanto às denúncias de um forte odor de gás sentido pela população no entorno da refinaria, localizada em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O Sindicato cobra explicações sobre problemas ocorridos em equipamento de uma nova unidade da refinaria e no sistema de vácuo de um dos equipamentos que, sem manutenção, tem jogado gases para a atmosfera (conforme denúncia já feita no boletim do sindicato).
Segundo relatos que chegam desde domingo, moradores do entorno da refinaria da Petrobrás, em Betim, sentem um forte odor de gás que relacionam com sintomas de dor de cabeça, tontura, perda de apetite e irritação nas vias aéreas.
A informação é de que o odor começou leve e foi aumentando ao longo dos dias, tornando-se insuportável. O fato gerou boletins de ocorrências no Corpo de Bombeiros, sem que a origem do problema fosse encontrada.
“O sindicato tem denunciado o sucateamento da empresa com vistas à privatização, que vai trazer danos aos trabalhadores e à população. Cobramos a apuração urgente sobre a origem dessa contaminação, assim como medidas para que os trabalhadores e a população fiquem em segurança”, afirma o coordenador geral do Sindipetro/MG, Alexandre Finamori.
Sucateamento da Refinaria Gabriel Passos
O Sindipetro/MG tem alertado as péssimas condições de trabalho e suas consequências, juntamente com as falhas em equipamentos nas unidades da Regap.
Numa delas, o compressor de retirada dos gases de topo da torre de destilação a vácuo quebrou o eixo principal e o reparo ainda não foi feito. Segundo os relatos, nunca houve manutenção nesse eixo desde que ele entrou em operação. Desde o dia 27 de fevereiro, o gás contendo hidrocarbonetos e componentes tóxicos é desviado para a atmosfera, em função da quebra do equipamento, e pode ser uma das causas do odor sentido pela população.
A emissão desses gases provoca a contaminação ambiental e representam risco à saúde, em especial das pessoas que moram na região próxima da refinaria.
O sucateamento sem limites representa o projeto privatista do governo Bolsonaro: desprezo com a vida e com o meio ambiente.