Escrito por: Sinserpu-JF
Desde o início da atual gestão, foram inúmeras as vezes em que o Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu-JF) teve que defender os trabalhadores do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb) (indo aos locais de trabalho ou procurando a Chefia do Departamento para estancar casos deploráveis do dia a dia, ligados à segurança e/ou péssimas condições de trabalho).
Na madrugada/manhã desta terça-feira (20 de agosto), o Sindicato teve que ir além, e promover um ato público no pátio do Demlurb, na Vila Ideal, pois a situação assim exige: repetidos casos de assédio moral, que criam um clima tenso e angustiante, sem as respostas satisfatórias por parte da Administração Municipal.
“A categoria está adoecendo em função deste ambiente de trabalho opressivo”, constatou o diretor Social, Raça e Gênero do Sinserpu-JF e funcionário do Demlurb, Adenilson Reginaldo, “Zé Neguinho”, que pediu que o servidor grave, tire fotos e denuncie qualquer situação de assédio ou irregularidade, garantindo o apoio do Sindicato para levar a denúncia adiante.
Ele também chamou a atenção para o momento atual: “Estamos em uma época que muitos vão querer fazer do Demlurb um curral eleitoral, em benefício próprio. Fiquem atentos, pois o que tem que contar é o bem-estar do coletivo”.
“O Demlurb está na UTI, e precisamos tirá-lo de lá, com a ajuda de todos. O Ato é para dar voz aos servidores que sofrem com a situação”, completou a presidenta do Sindicato, Deise Medeiros, apontando para os ônibus ruins (sem banheiro e com ferramentas dentro) que fazem o transporte inadequado dos trabalhadores – e que foram impedidos de sair do local pela manifestação realizada pelo Sindicato.
Vários outros diretores do Sinserpu-JF amanheceram no Demlurb, com carro de som (emprestado pela Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais) e faixas que traziam alusões a um fato grave ocorrido recentemente (“Pelo respeito às mulheres” e “O serviço é público, mas meu corpo não”) e também com citações às situações recorrentes no Departamento: “Perseguir não é cultura do lugar, é crime”, “Basta de assédio moral”, “Chega de sucateamento”, “Basta de contrato análogo à escravidão” e “A NR 38 é lei. Cumpra-se” – em referência à Norma Regulamentadora número 38, sobre segurança e saúde no trabalho nas atividades de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
Para o Sinserpu-JF, os problemas são agravados pela falta de diálogo com a administração municipal. “O Sindicato fala e busca contato com os gestores municipais e não tem retorno, vira um monólogo então. Eles não respondem às nossas indignações diárias”, contou Deise Medeiros. “Há cerca de um mês enviamos dois ofícios à Prefeitura, um pedindo explicações sobre as condições de trabalho dos servidores que atuam retirando o lixo dos presididos e outro sobre o APCR para os vigias. Não há respostas”, exemplificou a presidenta do SINSERPU-JF.
Também estavam presentes no Ato a diretora Administrativa Denise Medeiros, o diretor financeiro Marco Antônio Ribeiro, a conselheira fiscal do Sinserpu-JF, Vera Lúcia Daniel e os diretores de Base Alexandre Pereira, Rodrigo Reis e Samuel Andrada, além do vice-presidente do Sindicato dos Bancários e secretário de Assuntos Jurídicos da CUT/MG, Watoira Antônio de Oliveira.