Escrito por: Sindágua/MG
Glenda Arthuzo afirma que “não será possível a liberação” de dirigente sindical indicado pela entidade para ocupar a sétima vaga a que o Sindicato tem direito por força de Acordo Coletivo
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Águas e Serviços de Esgotos de Minas Gerais (Sindágua/MG) recebeu, de forma estupefata, um ofício de Glenda Lúcia Arthuzo, que não é funcionária de carreira da empresa, mas ocupa o cargo de Superintendente de Pessoas da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).
A Superintendência, que outrora primava pelas relações no trabalho e zelava pela transparência e entendimento entre a empresa e o Sindicato, tem hoje uma direção que age como dona e brande o seu tacão para impor o que quer. Glenda Arthuzo afirmou, literalmente, ao Sindicato que “não será possível a liberação” de dirigente sindical indicado pela entidade para ocupar a sétima vaga a que o Sindágua/MG tem direito por força de Acordo Coletivo. Pior ainda, afirma de forma inacreditável que, “caso tenham outro dirigente que possa atendê-los, a Copasa fará nova análise da viabilidade de cessão”.
Ou seja, quer escolher o nome que será liberado para desempenhar o mandato sindical.
Apesar da condição feminina, tenta impedir a liberação de diretora para ficar à disposição do Sindicato. O argumento (a empregada desempenha “atividade “chave” da Unidade de Serviço”) é ridículo e cheira apenas a pirraça. Fosse assim, inúmeros dirigentes sindicais não teriam sido liberados. E a “Superintendente” usa uma pinça para falar em trabalhador com atividade “chave”, mostrando que definitivamente não conhece a importância de cada função dentro da empresa. A atividade de Superintendente de Pessoas é tão importante e estratégica que a “chave” nunca poderia ser concedida a uma forasteira, que fecha os olhos para a transformação da Copasa em cabide de emprego.
Será de bom grado, para as relações do trabalho, que o comando superior da empresa interceda contra esta intromissão de um gestor patronal na liberdade de organização sindical.
Luta histórica contra o cabide de emprego
Na década de 80, o Sindágua/MG já desenvolvia campanha intensa contra a indicação de cargos políticos dentro da Copasa, quase sempre para acomodar apaniguados de caciques políticos, que loteavam os cargos públicos com cabos eleitorais. Tivemos uma luta histórica contra os paraquedistas, que caiam em cargos escolhidos dentro da empresa e denunciamos todos eles publicamente.
A nossa luta foi contemplada na Constituição Federal de 1988 e também pela Constituição do Estado de Minas Gerais, exigindo concursos públicos para contratação em empresas estatais.
Infelizmente, com o governo Zema, passando por cima das constituições e do Plano Carreira, Cargos e Salários (PCCS), a Copasa voltou a se transformar em cabide de empregos, recrutamento amplo em cargos estratégicos e que demandam conhecimento da empresa.
Temos agora mais um exemplo de forasteiro (a), que se arvora, ao arrepio da lei, em administrar a empresa pública a ferro e fogo, tendo como marca registrada o mesmo autoritarismo que deve ter se acostumado no comando de empresa privada, com um mandonismo que trava qualquer entendimento.
Infelizmente, foi pelos erros e autoritarismos de forasteiros na gestão da Copasa que a empresa tem passivos trabalhistas gigantescos e acumula na Justiça derrotas sistemáticas por descumprir os preceitos legais. A superintendente imprudente e autoritária demonstra que trará muito mais problema do que boas relações no trabalho.