Escrito por: Rogério Hilário, com informações do Sindieletro/MG

Trabalhadoras e trabalhadores de terceirizada da Cemig entram em greve

Relatos pontam condições precárias, defasagem salarial e prejuízos com as escalas de trabalho na Control do Polo Janaúba. Empresários repassam a trabalhadores lógica da gestão de Zema na Cemig

Sindieletro/MG

Trabalhadoras e trabalhadores da empreiteira Control, do Polo Janaúba e Região, estão em greve, reivindicando melhorias salariais e nos demais itens econômicos da Convenção Coletiva de Trabalho. A categoria argumenta que há defasagem salarial no atual contrato, que começou no final de 2022. Com a gestão de Romeu Zema na Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que tem como lógica a redução dos custos para aumentar a margem de lucros para distribuição aos acionistas, a situação de precarização só vem piorando. Uma das consequências para terceirizados tem sido as sucessivas greves para cobrar o cumprimento da legislação trabalhista e melhores condições de trabalho.

Na atual gestão da Cemig, onde o governador Zema implementou o modelo de gestão de empresa privada, a situação tem se agravado. A lógica de redução de custos parece atingir também os contratos com as empreiteiras que prestam serviço para a Cemig e, consequentemente, os empreiteiros estão repassando o prejuízo a trabalhadoras e trabalhadores.

A forma de organização da jornada de trabalho também é prejudicial. As equipes da Control que atuam em oito municípios na região de Janaúba trabalham em regime de escala para garantir o desenvolvimento das atividades de segunda a segunda, entre os horários de seis horas da manhã até às vinte e três horas. O turno da madrugada funciona no regime de sobreaviso, condicionando os trabalhadores que atuam na escala de 6 horas às 15 horas a ficarem por conta da empresa por praticamente 24 horas, uma vez que o sobreaviso restringe o trabalhador a realizar outras atividades da vida pessoal entre a jornada de trabalho e o início do sobreaviso. Há alguns relatos de acionamento antes do início do horário do sobreaviso.

A avaliação do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro/MG) é que as equipes também podem estar subdimensionadas, trabalhando no limite. Essa reflexão se dá ao fato que trabalhadores já trabalharam mais de sete dias consecutivos, com a empresa desrespeitando o descanso semanal remunerado, ou sendo convocados para trabalharem na folga da escala. As condições estruturais e de higiene na base de Janaúba também são questionadas pelos trabalhadores, que cobram uma instalação adequada para o uso deles.

Essas são algumas das questões que estão em pauta na luta dos trabalhadores em greve na empreiteira Control do polo Janaúba. O Sindieletro está apoiando a luta dos trabalhadores em busca de melhores condições de trabalho. Cobramos da gestão da Cemig tratamento junto à empreiteira para que possa atender as reivindicações dos trabalhadores.

A história de luta do Sindieletro/MG por melhores condições de trabalho na sua área de atuação, seja na Cemig ou nas empresas privadas vinculadas à atividade econômica do setor elétrico, não nos deixam dúvidas: o trabalhador terceirizado que presta serviços para a Cemig está submetido às condições mais precárias no setor elétrico em Minas Gerais. Desde o início da década de 90, quando intensificou a terceirização das atividades relacionadas à construção e manutenção das redes da empresa, o número de acidentes fatais e com mutilação no setor aumentaram de forma exponencial. Além disso, o descumprimento das responsabilidades trabalhistas e denúncias de condições precárias no trabalho têm feito parte da história dos trabalhadores.

Gestão da Cemig e empreiteira Control, atendam as reivindicações dos trabalhadores!