Greve é contra a reestruturação anunciada pela direção do banco, que prevê fechamento de centenas de unidades, milhares de demissões, descomissionamento de funções e extinção do cargo de caixa
Mostrando indignação com o processo de desmonte promovido pela direção do Banco do Brasil, funcionárias e funcionários cruzaram os braços em todo o Brasil na última sexta-feira, 29. Em Belo Horizonte e região, bancárias e bancários aderiram à paralisação em diversas unidades e agências amanheceram com cartazes de greve e de denúncia contra a reestruturação.
O plano do banco prevê 5 mil demissões e fechamento de centenas de agências, postos e escritórios. O BB também quer fazer mudanças no atual modelo de remuneração dos caixas executivos, que deixariam de ter a gratificação permanente e passariam a ter uma gratificação proporcional apenas aos dias de atuação.
O desmonte do Banco do Brasil prejudica não apenas funcionárias e funcionários, mas todos os brasileiros. O banco público conta com 212 anos de atuação pelo desenvolvimento do país e execução de políticas públicas, sendo também responsável por 55% do crédito rural no Brasil.
A mobilização da última sexta-feira integra um calendário de lutas organizado pelos funcionários e entidades representativas. Também hoje, ocorreu um tuitaço com a hashtag #MeuBBValeMais para chamar atenção da população para os riscos trazidos pelo enfraquecimento e consequente privatização do BB.
“Nossa intenção com essa paralisação é forçar o BB a pelo menos chamar para negociar. Esse é o momento em que todos os funcionários devem se unir para defender o emprego, a renda e o BB do desmonte. Vamos avaliar o movimento de hoje e continuar lutando. Uma greve por tempo indeterminado não está descartada”, ressaltou Rogério Tavares, funcionário do BB e diretor do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região.
Em Assembleia Geral Extraordinária realizada, de forma virtual, entre as 8h e as 18h, do dia 25 de janeiro, funcionárias e funcionários do BB de Belo Horizonte e região aprovaram a paralisação. A assembleia, que teve como pauta a apreciação e deliberação sobre a proposta de paralisação por prazo determinado a partir das 0h até às 23h59 do dia 29 de janeiro de 2021, sexta-feira. A greve foi aprovada com 83% dos votos dos participantes.