Escrito por: Rogério Hilário
Funcionalismo público de Minas, apoiados por categorias de vários setores, pela CUT Minas, movimento populares e parlamentares se unem em ato contra proposta do governador Romeu Zema que facilita privatizações
Trabalhadoras e trabalhadores da educação, do setor energético, da Copasa, da saúde, da Justiça, da segurança pública, da comunicação pública, a Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), representantes de servidoras e servidores municipais e federais, de categorias do setor privado e movimentos populares se uniram na tarde desta terça-feira, 29 de agosto, no ato do "Dia Estadual de Luta contra o Regime de Recuperação Fiscal de Romeu Zema". A manifestação aconteceu na portaria e no Pátio da Assembleia Legislativa (ALMG). A mobilização contou com o apoio dos deputados estaduais Beatriz Cerqueira (PT), Betão (PT), Professor Cleiton (PV) e Lohanna (PV) e do vereador Bruno Pedralva (PT).
Os manifestantes saíram em marcha, sob chuva, pelas ruas de Belo Horizonte, passaram em frente à sede da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e encerraram o protesto na Praça Sete, na região central da capital mineira.
Durante o ato e no percurso até o Centro da cidade, eles dialogaram com a população sobre os efeitos do RRF proposto pelo governador, que vai sucatear a prestação de serviços públicos, provocar o arrocho salarial do funcionalismo e congelar a realização de concursos públicos por nove anos.
Além disso, o projeto está associado a PEC que Romeu Zema enviou à ALMG que facilitaria a privatização de empresas públicas e a entrega à iniciativa privada do patrimônio do povo mineiro. A proposta acaba com a consulta à população sobre a venda das estatais mineiras, entre elas a Cemig e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), e reduz de 48 para 39 o número de votos necessários para que a privatização seja aprovada.
Os manifestantes mostraram à população que o projeto não só retira direitos importantes conquistados, como também de maneira progressiva esfacela o serviço público. E que, além de agravar o endividamento do Estado, o RRF levará a uma piora da situação financeira de Minas Gerais.
“O Zema vem direto tentando destruir a nossa imagem. Mas ele tem um problema. Os técnicos da Cemig e da Copasa não estão deixando que ele destrua as empresas. A gente está todo o dia nas ruas trabalhando, fazendo nosso serviço, com toda a dificuldade imposta por esta gestão que está aí. Mas a gente está atendendo a população no que é possível atender neste momento. E a população entende isso. Na última pesquisa que fizeram, que o próprio governo pagou para fazer, mostrou que 65% da população é contra a privatização da Cemig e da Copasa. Mesmo com todo o processo de tentativa de destruição. Porque o povo mineiro não é bobo. Sabe da qualidade do serviço prestado pela Copasa e pela Cemig”, disse Jairo Nogueira Filho, presidente da CUT/MG.
“Ele quer acabar com o referendo popular, rebaixar o quórum aqui na Asembleia para facilitar as vendas da Copasa, da Cemig, da Codemig e da Gasmig. Vamos fazer uma organização para logo, logo construirmos uma greve geral em Minas Gerais para gente poder empurrar Zema para o buraco, e mostrar que em Minas a gente não está de brincadeira. A ideia é que além deste ato de hoje, que é inicial, vamos correr as periferias de Belo Horizonte. Vamos para o interior de Minas, para debater o que está acontecendo. Engrossar o caldo para a nossa greve geral”, acrescentou.
A coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG), Denise Romano, disse que ”o governador Romeu Zema, além querer vender a Cemig e Copasa, de nos colocar nove anos sem reajuste, com uma nova reforma de Previdência, fecha escolas, fecha matrículas, privatiza hospitais, sucateia e prestação de serviços. E a gente está aqui, porque não queremos abrir a torneira e sair água suja. Como está saindo lá em Ouro Preto. Porque depois que privatizou o fornecimento de água, as pessoas estão recebendo barro nas torneiras e a contas de água chegam a R$ 2 mil, a R$ 3 mil. Não queremos apagão. E até hoje ninguém explicou o que aconteceu. Sabe o que aconteceu: a Eletrobras foi privatizada na governo do inelegível. E ninguém se responsabiliza quando dá problema na geração de energia quando a empresa é privada. A gente está aqui. Porque a gente defende o povo e não o lucro acima de tudo”.