Escrito por: Rogério Hilário

União e disposição para luta contra juros altos e Campos Neto marcam ato em BH

Coordenados pela CUT/MG e Sindicato dos Bancários, manifestantes protestam e dialogam com a população em frente à sede do Banco Central e na Praça Sete

Rogério Hilário

A mobilização contra a taxa de juros nas alturas (13,75%), que o Banco Central do Brasil, sob a gestão de Roberto Campos Neto, vem mantendo tomou as ruas de Belo Horizonte nesta terça-feira, 20 de junho. O ato, que compôs a Jornada de mobilização contra a política monetária do Banco Central, começou pela manhã em frente à sede da instituição, na Região Centro-Sul, e foi encerrado no início da tarde na Praça Sete, no Centro da capital mineira.

Com organização e coordenação da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) e Sindicato dos Bancários de BH e Região (SEEB), o protesto contou com a participação de centrais sindicais, entidades CUTistas, como a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Fetrafi-MG/CUT), Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG) e Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Sintect/MG), movimentos sociais e populares – como Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) e Movimento Negro Unificado (MNU), do vereador Bruno Pedralva (PT) e dos mandatos da deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) e do deputado federal Rogério Correia (PT).

“A gente está vendo as mudanças que estão acontecendo aqui. E a questão dos juros é importantíssima. Com os juros baixos para a gente conseguir gerar mais empregos, que as pessoas consigam adquiram mais coisas, que o dinheiro fique mais barato no Brasil, para vir junto com a política atual nacional. Hoje é um dia de ato nacional. Vamos dialogar com a população, para conversar com as pessoas como isso interfere na vida real delas, na vida da classe trabalhadora. Começar o ato na porta do Banco Central traz um simbolismo para a nossa luta. Juros mais baixos nos possibilitarão ter mais políticas sociais, mais investimentos, mais moradias, mais empregos”, disse Jairo Nogueira Filho, presidente da CUT/MG.

“Este ato é favor do Brasil. E a favor do povo brasileiro. E, em especial, a favor do povo que mais necessita do Estado, que são os pobres, a classe média, trabalhadoras e trabalhadores brasileiros. Um ato convocado pelas centrais e organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e sindicatos de bancários de todo Brasil estão nas portas das sedes do Banco Central e nas avenidas para fazer este diálogo com a população. Não tem justificativa para colocar uma taxa de juros elevada igual a essa, que só vai beneficiar as pessoas que têm mais dinheiro e sabota o projeto de desenvolvimento do governo federal, num momento de retomada do crescimento econômico depois de quatro anos de estagnação. A taxa de juros alta não gera emprego, não gera renda, só favorece banqueiro. Queremos a saída de Campos Neto, que representa a elite e o governo que já foi embora. Juros baixos já.  É preciso investir mais e as empresas precisam do crédito para gerar mais empregos. Chega de juros extorsivos”, afirmou Ramon Silva Peres, presidente do Sindicato dos Bancários de BH e Região.

A Jornada de mobilização contra a política monetária do Banco Central teve início na última sexta-feira, 16 de junho, e visa mostrar à sociedade que a manutenção da taxa de juros (Selic) nas alturas prejudica a economia e a criação de empregos, além de aumentar o endividamento da população. Nos dias 20 e 21, o Copom volta a se reunir para definir a taxa de juros para o próximo período.