Mais uma mostra do preconceito racial do DEM
Publicado: 23 Março, 2011 - 11h40

A expressão racista do Deputado Julio Campos (DEM-MT) mostra mais uma vez que no Brasil a discriminação ainda persiste e é ainda mais vergonhoso que o preconceito venha de um representante do povo no Parlamento.
Mas, infelizmente, as manifestações racistas não são uma novidade em se tratando do DEM.O senador Demóstenes Torres, presidente da Comissão de Constituição Justiça e Cidadania do Senado Federal, também externou seu preconceito racial em pronunciamento durante a Audiência Pública no Supremo Tribunal Federal , no dia 3 de março de 2010, que analisava o recurso instituído pelo DEM contra as cotas para negros na Universidade de Brasília.Na ocasião, Torres afirmou que: as mulheres negras não foram vítimas dos abusos sexuais, dos estupros cometidos pelos senhores de escravos e que houve, sim, consentimento por parte das escravas. Na opinião do digníssimo senador tudo era consensual!!! O excelentíssimo parlamentar prosseguiu em sua fala descartando a possibilidade da violência física e sexual vivida por negras africanas no período histórico citado. Ele nos lembrou da frase de outro notório personagem da direita brasileira, Paulo Salim Maluf: estupra, mas não mata!!!Demóstenes Torres aprofunda mais ainda seu discurso machista e racista, quando afirma que as mulheres negras usam de um discurso vitimizado ao afirmar que sofrem diretamente os maus tratos e a discriminações no que se refere ao atendimento na saúde pública. Que as pesquisas apresentadas para justificar a necessidade de políticas públicas específicas são duvidosas e que nem sempre são confiáveis, pois podem ser burladas e conter números falsos.
Enquanto o Estado brasileiro reconhece a situação de violência física e sexual sofrida pelas mulheres brasileiras, criando mecanismos de proteção como a Lei Maria da Penha, e a criação do Dia Internacional da Mulher completa 101 anos, o excelentíssimo senador vem na contramão da história e dos fatos externando o mais refinado preconceito, o machismo e o racismo incrustado na sociedade brasileira.
O deputado Júlio Campos e o senador Demóstenes Torres merecem a execração pública. É inaceitável que o preconceito racial, o machismo e o atraso ainda estejam presentes no Parlamento brasileiro