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Mais uma mostra do preconceito racial do DEM

Publicado: 23 Março, 2011 - 11h40

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Mais uma vez o DEM mostra sua face racista. Em reunião da bancada do partido na Câmara, na terça-feira (22), o deputado Federal Julio Campos (DEM-MT) provocou constrangimento ao chamar de “moreno escuro” o ministro do Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado lançou mão da expressão ao criticar a eficácia e o rigor do foro privilegiado destinado às autoridades do país.

A expressão racista do Deputado Julio Campos (DEM-MT) mostra mais uma vez que no Brasil a discriminação ainda persiste e é ainda mais vergonhoso que o preconceito venha de um representante do povo no Parlamento.

Mas, infelizmente, as manifestações racistas não são uma novidade em se tratando do DEM.

O senador Demóstenes Torres, presidente da Comissão de Constituição Justiça e Cidadania do Senado Federal, também externou seu preconceito racial em  pronunciamento durante a Audiência Pública no Supremo Tribunal Federal ,  no dia 3 de março de 2010, que analisava o recurso instituído pelo DEM contra as cotas para negros na Universidade de Brasília.

Na ocasião, Torres afirmou que: as mulheres negras não foram vítimas dos abusos sexuais, dos estupros cometidos pelos senhores de escravos e que houve, sim, consentimento por parte das escravas. Na opinião do digníssimo senador tudo era consensual!!! O  excelentíssimo parlamentar prosseguiu em sua fala descartando a possibilidade da violência física e sexual vivida por negras africanas no período histórico citado. Ele nos lembrou da frase de outro notório personagem da direita brasileira, Paulo Salim Maluf: estupra, mas não mata!!!

Demóstenes Torres aprofunda mais ainda seu discurso machista e racista, quando afirma que as mulheres negras usam de um discurso vitimizado ao afirmar  que sofrem diretamente os maus tratos e a discriminações no que se refere ao atendimento na saúde pública. Que as pesquisas apresentadas para justificar a necessidade de políticas públicas específicas são duvidosas e que nem sempre são confiáveis, pois podem ser burladas e conter números falsos.
Enquanto o Estado brasileiro reconhece a situação de violência física e sexual sofrida pelas mulheres brasileiras, criando mecanismos de proteção como a Lei Maria da Penha, e a criação do Dia Internacional da Mulher completa 101 anos, o excelentíssimo senador vem na contramão da história e dos fatos externando o mais refinado preconceito,  o machismo e o racismo incrustado na sociedade brasileira.

O deputado Júlio Campos e o senador Demóstenes Torres merecem a execração pública. É inaceitável que o preconceito racial, o machismo e o atraso ainda estejam presentes no Parlamento brasileiro