Apesar de conjuntura adversa, organização dos trabalhadores garante conquistas
Publicado: 16 Maio, 2022 - 15h08 | Última modificação: 16 Maio, 2022 - 16h00
Escrito por: Ramon Peres, presidente do Sindicato dos Bancários de BH e Região | Editado por: Rogério Hilário
A organização e a união da categoria bancária têm sido fundamentais para resistir às adversidades impostas pela conjuntura econômica que os trabalhadores brasileiros vivem neste momento.
A economia inconsistente e com consequências do pós-pandemia vem achatando o poder de compra dos brasileiros. A prévia da inflação para abril de 2022 foi a maior dos últimos 27 anos. Além disso, nos últimos três anos, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostrou piora nas negociações salariais. Em 2018, cerca de 9% das categorias negociaram salários abaixo da inflação. Já em 2021, esse índice chegou a 47%. Em 2022, até fevereiro, apenas 24% das categorias conseguiram ganhos acima da inflação.
A mobilização e a unidade de bancárias e bancários foram essenciais para garantir e ampliar direitos. Por ampla maioria em todo o país, os bancários aprovaram a atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e os acordos coletivos dos bancos públicos conquistados em 2020, após duras negociações entre o Comando Nacional e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
O último acordo negociado garantiu reajuste salarial e abono de R$ 2 mil em 2020, aumento real em 2021, além da manutenção de todos os direitos da CCT e dos acordos específicos dos bancos públicos. O resultado foi positivo para a categoria, graças à organização nacional numa conjuntura de pandemia, crise econômica, desemprego e de um governo de extrema direita que ataca direitos dos trabalhadores.
Por isso, temos que continuar mobilizados. Através da Campanha Nacional Unificada, a categoria bancária vem conquistando aumento real de salários e direitos importantes na Convenção Coletiva de Trabalho. De acordo com estudo do Dieese, de 2002 a 2021, conquistamos um reajuste acumulado de 293,99%, e um aumento real dos salários de 14,52%. Os números demonstram que essa evolução dependeu da mobilização de toda a categoria e da ação de cada um para o fortalecimento do Sindicato.
O nosso Sindicato é articulado nacionalmente e, como terceiro maior sindicato de bancários do país, tem grande importância nas mobilizações da categoria e nas negociações com os bancos.
2022 é ano de suma importância para os trabalhadores, pois temos eleições para presidente da república e para o parlamento. Precisamos estar atentos para elegermos aqueles que defendem os nossos interesses e investem para garantir os nossos direitos.
É também o ano de mais uma Campanha Nacional dos Bancários, em que teremos que negociar novamente reajuste salarial e todos os nossos direitos. Mais do que nunca, a nossa união é necessária para fazer a diferença, com a participação das bancárias e dos bancários nas atividades virtuais e presenciais como forma de resistência.
A nossa luta faz a diferença!
A tabela abaixo apresenta a trajetória de reajustes da categoria desde 2002: