Eletricitárias e eletricitários aprovam proposta de ACT apresentada pelo TRT
Toda a negociação foi permeada pela intransigência da gestão zemista, o que foi extremamente prejudicial. Continuaremos esse diálogo sobre a negociação do ACT
Publicado: 15 Dezembro, 2021 - 12h09 | Última modificação: 05 Janeiro, 2022 - 09h47
Escrito por: Rogério Hilário, com informações do Sindieletro/MG | Editado por: Rogério Hilário
Com 67% dos votos, a proposta de ACT apresentada pelo desembargador instrutor do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3ª região foi aprovada pelos eletricitários e eletricitárias no dia 22 de dezembro. Infelizmente, as ameaças e estratégias adotadas pela gestão da empresa foram um forte fator para a aprovação da proposta, cujo conteúdo a categoria considera ruim.
A estratégia da gestão da empresa em dividir a categoria, buscando os sindicatos para aprovarem a proposta e ameaçando cortar cláusulas do Acordo utilizando a Reforma Trabalhista — que alterou a redação da cláusula da ultratividade, desobrigando a empresa a cumprir o Acordo após o período de vigência —, foi determinante para este resultado.
Toda a negociação foi permeada pela intransigência da gestão zemista, o que foi extremamente prejudicial. Continuaremos esse diálogo sobre a negociação do ACT. Nossa luta continua! Cemig: esse "trem" é nosso!
No dia 15 de dezembro, a diretoria coletiva do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro/MG) definiu pela realização de assembleias em todo o Estado até o dia 22. Eletricitárias e eletricitários debateram e votaram a proposta do TRT, para conjuntamente com a direção do Sindicato decidir o caminho a seguir.
A greve começou a partir do diálogo com a categoria. E os rumos da campanha foram definidos com a contunuidade do diálogo com trabalhadoras e trabalhadores.
Suspensão da greve
A primeira audiência de conciliação do dissídio de greve da categoria eletricitária, realizada no TRT, no dia 14 de dezembro, o desembargador Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto abriu a audiência manifestando que, na conciliação pré-processual, os representantes da gestão da Cemig não concordaram em continuar a negociação e se não houvesse nenhuma possibilidade entre as partes, encaminharia o dissídio para julgamento.
As partes manifestaram interesse na conciliação mesmo com grandes divergências de posição em relação aos temas debatidos: cláusula sobre a Forluz, seguro de vida para os aposentados, liberação de dirigentes sindicais e transporte fretado.
Os representantes do Sindieletro/MG fizeram a defesa dos pontos, partindo do princípio de que a pauta da categoria foi desprezada e que a gestão da empresa deveria recuar e flexibilizar a contraproposta diante das argumentações apresentadas pelo Sindieletro.
O Sindicato solicitou reunião à parte com o desembargador, que negou, afirmando que não haveria espaço para avanço em razão da postura da empresa e que preferia debater com todos os presentes, entendendo que não mudaria nada na reunião em separado. Buscamos estabelecer um diálogo junto aos representantes da empresa em relação ao impasse. Depois de um longo debate, os gestores da Cemig saíram da reunião para conversar com a diretoria da empresa.
No final da audiência, o desembargador apresentou uma proposta conciliatória como resultado do debate na audiência e concedeu prazo para resposta dos trabalhadores. Diante da proposta oficial, ficou acertada a suspensão da greve a partir do dia 16 de dezembro, até nova deliberação da categoria profissional. A categoria paralisou as atividades por 17 dias.
O coordenador-geral do Sindieletro/MG, Emerson Andrada, manifestou de forma veemente sua insatisfação com a resposta dos representantes da gestão da empresa sobre os pontos abordados, sobretudo no item Forluz, tema que poderia ser respondido com melhor resultado se não fosse a intransigência da gestão da empresa.
Eletricitárias e eletricitários estão em campanha salarial para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho e a gestão da empresa, indicada por Zema, não negociou a pauta de trabalhadoras e trabalhadores. A contraproposta que apresentou retira direitos da categoria.
De acordo com o Sindicato, a estatal está sendo desmontada pelo governo para ser privatizada e é alvo de uma CPI na Assembleia Legislativa que aponta várias irregularidades cometidas pelos gestores indicados pelo governador, grande parte deles constituída de paulistas.
Além disso, o sindicato questiona privilégios que seriam "garantidos à alta cúpula". Na nota enviada à imprensa, o Sindieletro afirma que apoia a CPI da Cemig e que defende o afastamento do presidente Reynaldo Passanezi Filho até que sejam concluídas as apurações. Cemig: esse “trem” é nosso!