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Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher

Campanha começou no Dia Nacional da Consciência Negra. Ativismo ganha força e importância neste ano no Dia Internacional de Não Violência contra a Mulher diante do aumento da taxa de feminicídio, do número de

Publicado: 25 Novembro, 2020 - 14h41 | Última modificação: 25 Novembro, 2020 - 14h46

Escrito por: Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT/MG

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O Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, neste 25 de novembro, ganhou ainda mais significado e importância no Brasil neste ano. As mulheres sofrem com o crescimento de casos de agressões, estupros, feminicídios no país e ainda lutam contra o machismo,  por melhores condições de trabalho, por igualdade de oportunidades e remunerações no mercado de trabalho.  A tudo isso se soma o período de pandemia de Covid-19, em que elas ficam presas com seus agressores e encontram dificuldades para denunciar toda a espécie de abusos que sofrem.

Levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para o Atlas da Violência 2019 mostra que a taxa de homicídios de mulheres fora do domicílio aumentou 28% em 10 anos. Mas no mesmo período, as ocorrências registradas em casa subiram 38%. Só em Belo Horizonte, de acordo com registros da Polícia Civil do Estado, a taxa de feminicídio subiu 200% no primeiro semestre de 2019, em comparação ao ano anterior.

Já em 2020, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) registrou, no primeiro semestre, 648 feminicídios no Brasil, um aumento de 1,9% a mais que no mesmo período de 2019. Outro dado divulgado pelo Atlas Violência 2020 revela que as vítimas de homicídio no Brasil, em sua maioria, são negras (75,7%). Quando verificamos relatórios de países mais perigosos para mulheres, deparamos com o Brasil na quinta posição como o país em que mais se matam mulheres, de acordo com o Mapa da Violência de 2015, em segundo lugar como país mais perigoso para turistas mulheres.

Com o isolamento social para conter o contágio do coronavírus, aumentaram os casos de violência doméstica. Mas o isolamento dificulta o registro de denúncias da violência doméstica.

Se aumentou o feminicídio durante a pandemia, por outro lado, diminuiu o registro de agressões a mulheres, de acordo com a 14ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Pelo estudo, o número de registros de violência doméstica nas delegacias durante o primeiro semestre de 2020, foi 9,9% menor do que registrado no igual período do ano anterior.

Por isso, neste ano, os 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, campanha criada pela ONU ganham mais um motivo para ser ainda mais fortes. Oficialmente, a campanha se inicia nesta quarta-feira, 25 de novembro - Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher. No Brasil, o começo da campanha coincidiu com o Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, pelo fato de as mulheres negras serem as mais prejudicadas, mais violentadas e mortas. Por estes motivos, no país serão 21 dias de ativismo.

A Secretaria da Mulher Trabalhadora da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) estará sempre na luta contra todas as formas de violência. Violência física, psicológica, moral, sexual, patrimonial que as mulheres sofrem a cada dia neste país. Seguiremos juntas lutando por igualdade, por melhores condições de vida e trabalho, por emprego, contra a cultura de machismo.

Histórico da data

Esta data foi estabelecida no Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe realizado em Bogotá, Colômbia, em 1981, em homenagem às irmãs Mirabal. Las Mariposas, como eram conhecidas, as irmãs Mirabal – Patria, Minerva e Maria Teresa – foram brutalmente assassinadas pelo ditador Trujillo em 25 de novembro de 1960 na República Dominicana. Neste dia, as três irmãs regressavam de Puerto Plata, onde seus maridos se encontravam presos. Elas foram detidas na estrada e foram assassinadas por agentes do governo militar. A ditadura tirânica simulou um acidente.