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Ato em Defesa da Democracia une movimentos sindical e sociais na portaria da Regap

Petroleiras e petroleiros participam de manifestação, organizada pelo Sindipetro/MG, e aprovam manifesto “Defender a Petrobras é defender o Brasil: esse é o nosso trabalho. Golpistas não passarão!”

Publicado: 11 Janeiro, 2023 - 15h58 | Última modificação: 11 Janeiro, 2023 - 16h33

Escrito por: Rogério Hilário, com informações do Sindipetro/MG | Editado por: Rogério Hilário

Marcelo Maia - Sindipetro/MG
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Ato realizado na Refinaria Gabriel Passos (Regap), Betim/MG, nesta quarta-feira, 11 de janeiro, em defesa da democracia e em repúdio às tentativas de sabotagens nas refinarias da Petrobras, reuniu a categoria petroleira para aprovar o Manifesto “Defender a Petrobras é defender o Brasil: esse é o nosso trabalho. Golpistas não passarão!”. O manifesto condena os atos terroristas de domingo (8), em Brasília, que chocaram o povo brasileiro e o mundo, com ataques afrontosos aos três poderes da República, repudiando qualquer atitude antidemocrática. A manifestação foi organizada e coordenada pelo Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG).

Para o coordenador-geral do Sindipetro/MG, Alexandre Finamori, o ato foi de grande importância para mostrar que as portarias das refinarias são espaços de luta das trabalhadoras e trabalhadores, que discutem entre si o processo político que ocorre no Brasil e definem seus rumos. “Sabemos que os bolsonaristas querem se concentrar na porta das refinarias da Petrobrás para provocar bloqueios e desabastecimento de combustíveis. Estamos aqui para mostrar que não há espaço para fascistas. A Petrobras é do povo brasileiro. Nosso ato é uma demonstração de força da nossa categoria e repúdio contra atitudes dos grupos que atentam contra a democracia”, afirma.  

O presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Jairo Nogueira Filho, lideranças sindicais, políticas e estudantis, trabalhadores dos Correios, Educação e eletricitários e representantes dos movimentos sociais se uniram a petroleiras e petroleiros no ato na Regap. Eles se manifestaram em defesa da democracia e repudiaram as ameaças contra a Petrobras.

“Teríamos que estar aqui para comemorar. Nós ganhamos as eleições. A posse do Lula, eu estive lá, foi maravilhosa, histórica. Estava lotada. Falaram que o Lula não ia subir a rampa e Lula subiu com o povo brasileiro representado. Não podemos apagar isso, que aconteceu há dez dias. Apagar isso da nossa memória com o que aconteceu no domingo, como se isso prevalecesse como lógica no Brasil. Eles perderam, nós ganhamos. Deram um golpe em 2016 não foi para perder em 2022. Acharam que iam ganhar. Investiram R$ 5 bilhões nas eleições, compraram prefeitos, patrões ameaçaram trabalhadores, fizeramfake news. Fizeram tudo isso e mesmo assim perderam as eleições. Eles ficaram desnorteados com isso. Estamos com a nossa pauta colocada para fazer a disputa no governo e temos mais chances de conquistar esta pauta”, lembrou Jairo Nogueira filho

 Para o presidente da CUT/MG, no combate à barbárie bolsonarista e na defesa da democracia é preciso que os movimentos sindical e sociais dialoguem permanente com a população. “A gente não pode recuar tanto e achar que o que aconteceu domingo é o retrato do Brasil. Não é. Não é todo Brasil que concorda com o que aconteceu. Eles deram um tiro no pé. O que quiseram fazer saiu do controle. Estavam com tanto ódio que quebraram tudo e perderam a razão. Quem estava no ato não esperava ser preso. Acharam que iram para lá, quebrar e voltar para casa. Vamos dialogar com a população, no metrô, no ônibus, com a população da periferia, com as tendas da democracia. A população tem que entender que é preciso garantir a democracia. Temos que popularizar isso aí, para dialogar com as pessoas que acham o que aconteceu no domingo um absurdo.  Não pode ter anistia, passar pano para as pessoas que fizeram aquilo em Brasília. E que gente precisa discutir que o governo precisa funcionar, para proteção da classe trabalhadora com um todo.”

“Muita gente me escutou falando que esta ia ser a eleição das nossas vidas. E a cada dia eu vejo que isso faz ainda mais sentido. Se antes acreditava, hoje tenho mais certeza. E isso vai se confirmando cada vez mais. O que a gente vê é que, mesmo após a eleição, estamos ainda discutindo posse, governo, manutenção do estado democrático de direito. E a gente sabe que o fanatismo, e agora está mais claro ainda, nestes quatro anos foi sendo alimentado o fanatismo não só político, ideológico e religioso. E agora está partindo para o terrorismo também. E é contra este fanatismo que a gente agora tem que lutar”, disse João Henrique de Souza Assunção, diretor do Sindipetro/MG.

“Companheiras e companheiros, um feliz 2023. Também 2024, 2025 e 2026. Segunda-feira tivemos um grande ato, necessário diante do que vimos no domingo. É necessário que petroleiras e petroleiros saiam de casa e vão para as ruas, debaixo de chuva, de sol. Nós não temos outro caminho: é luta e resistência”, declarou Leopoldino Ferreira de Paula Martins, da diretoria do Sindipetro/MG.

“Primeiro quero agradecer ao Sindipetro/MG por todo o apoio que tem dado à luta dos atingidos por barragens aqui em Minas Gerais, contra os crimes da mineração, contra os crimes das grandes mineradoras capitalistas. O momento da conjuntura, é preciso reconhecer que tivemos uma grande vitória. A eleição de Lula significa uma grande vitória da classe trabalhadora. E precisamos valorizá-lo. Este momento da conjuntura, nós vimos no domingo, simbolicamente, o que significa o surgimento do neofascismo. O fascismo surge em um momento de grandes possibilidades. De crise do capitalismo de um lado, mas do outro lado de grandes possibilidades classe trabalhadora. Por isso que o fascismo se escancarou depois da eleição de Lula”, disse Joceli Andrioli, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

 “Quero parabenizar companheiras e companheiros da Petrobras que, toda a vez que são chamados aqui, comparecem para poder este debate que hoje é de extrema importância, em defesa de democracia. E também para parabenizar pelo primeiro ato do presidente Lula, e nós estamos juntos com vocês nesta luta há tempos para tentar impedir que as refinarias fossem vendidas, e o primeiro ato assinar o despacho sobre as privatizações. Está resolvido o nosso problema? Não. Por quê? Porque assim como falamos ao logo de muito tempo, o que vai garantir, inclusive, que o governo tenha estabilidade é a mobilização e a luta dos trabalhadores nas ruas. É preciso de mobilização para abrir o diálogo. Temos um governo amplo. Temos que fazer este debate para exigir os nossos direitos”, afirmou Robson Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos do Estado de Minas Gerais.

Categoria adere em massa

De Norte a Sul do Brasil, trabalhadoras e trabalhadores do Sistema Petrobras amanheceram mobilizados nesta quarta-feira, 11 de janeiro, em defesa do Estado Democrático de Direito e em repúdio aos ataques terroristas e tentativas de golpe de bolsonaristas radicais. A categoria aderiu em massa aos atos convocados pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos, que foram realizados em todas as refinarias da estatal e em outras unidades operacionais.

Durante as mobilizações, os dirigentes sindicais reforçaram a importância da classe trabalhadora permanecer alerta contra as ameaças de golpe e de ataques às instalações da Petrobras. As trabalhadoras e os trabalhadores petroleiros também cobraram responsabilização para todos os envolvidos nos atos terroristas e os financiadores e alimentadores do golpe.

Segurança ostensiva

O Sindipetro/MG, diante de informações sobre atos programados por bolsonaristas para bloquear a entrada de refinarias da Petrobras, esteve na segunda-feira, 9 de janeiro, na portaria da Regap.  As ações da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e dos sindicatos de petroleiros foram fundamentais para a garantia de policiamento e segurança ostensiva que impediu os bloqueios anunciados pelos terroristas e garantiu o livre trânsito das trabalhadoras e trabalhadores nas unidades empresa.

 

Marcelo Maia - Sindipetro/MGMarcelo Maia - Sindipetro/MG
Leopoldino Martins, Jairo Nogueira Filho e Alexandre Finamori durante ato na Regap