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Manifestantes de sete estados vão às ruas em solidariedade a Lula

Milhares exigem a libertação do ex-presidente, condenado em primeira instância no caso do "sítio de Atibaia"

Publicado: 07 Fevereiro, 2019 - 11h26 | Última modificação: 08 Fevereiro, 2019 - 17h38

Escrito por: Rogério Hilário, com informações de Rute Pina, do Brasil de Fato

Rogério Hilário
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Milhares de manifestantes se reuniram na quinta-feira (7) em pelo menos sete estados do país para protestar contra a condenação do ex-presidente Lula (PT) em primeira instância no caso do "sítio de Atibaia", proferida um dia antes pela juíza Gabriela Hardt, que substitui Sérgio Moro em Curitiba (PR).

Em Belo Horizonte, manifestantes ocuparam a Praça 7, no Centro da cidade e dialogaram com a população sobre a importância da defesa da libertação do ex-presidente Lula e sobre a perseguição que ele vem sofrendo da Justiça. O vereador Arnaldo Godoy foi um dos coordenadores do ato, que contou com a participação de militantes, sindicalistas e de representantes dos movimentos sociais, populares e estudantis. No dia 16 de fevereiro, sábado, nova manifestação de apoio a Lula acontecerá, em Belo Horizonte, em frente ao Armazém do Campo (Avenida Augusto de Lima, 2.136 - Barro Preto), a partir das 16 horas, durante o Festival Lula Livre, em comemoração aos 39 anos do Partido dos Trabalhadores.

Em São Paulo e em Curitiba, onde Lula está preso, os atos reuniram lideranças políticas. “Estamos aqui para fazer a defesa não de uma pessoa, estamos aqui para fazer a defesa de um conceito, um conceito que nos diz respeito à todos nós”, explicou Fernando Haddad durante o ato na região da Praça da Sé, na capital paulista. “Qualquer um de nós podemos estar na situação que se encontra o presidente Lula hoje, se os preceitos jurídicos não forem observados”, numa referência ao desvios processuais das duas condenações do ex-presidente Lula pela Lava Jato. "Nós não queremos passar pano em nada. Mas nós queremos imparcialidade, nós queremos justiça. Queremos que toda decisão de um juiz seja baseada em provas, e não em convicções", acrescentou.

O ato na Vigília Lula Livre, em frente à Policia Federal em Curitiba, reuniu em torno de 300 pessoas, numa articulação das organizações que já compõem a Vigília, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) , o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Movimento Sem Terra (MST) . O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE/FNU) também esteve no ato, que contou ainda com a participação de Jaques Wagner e Humberto Costa. Os senadores transmitiram o recado do Lula, após visita esta tarde.

Jaques Wagner relata que Lula está bem e que tem consciência que tudo isso foi para produzir uma eleição que em algum aspecto é semelhante ao impeachment da Dilma. “Porque as formalidades legais foram cumpridas, mas a legitimidade não existiu. Não houve crime da Dilma assim como o principal candidato foi interditado”, nas palavras de Lula relatadas por Wagner.

Ele explica que formalmente foi legal o processo eleitoral, “mas é óbvio que foi introduzida um negócio de um robô”, analisa Lula, e que vai ser necessário se tomar uma distância temporal para se entender o que esta acontecendo neste momento na História do Brasil, expressa o Senador em nome do ex-presidente. Lula também se dirige aos militantes da Vigília e agradece a resistência de cada “Bom dia, boa tarde e boa noite” entoados há 307 dias e que o mantém animado.

Na Vigília os movimentos levantaram o contrassenso que é o presidente Lula estar preso sem provas enquanto que todos os executivos da Vale estão soltos após o massacre de Brumadinho. “Justiça para quê e para quem?”, questionam os militantes em faixas e nas palavras de ordem.

Apoio popular

A assistente social Zelma Sanches não é filiada a nenhum partido, mas decidiu participar do ato político porque considera injustas as duas condenações de Lula no âmbito da Lava Jato: "Eu quero a liberdade do Lula, o melhor presidente que o país já teve. Um presidente que lutou pelo pobre, que deu condição para o pobre estudar, que levou luz para todos no Nordeste, no país inteiro. Não se pode condenar uma pessoa pela reforma de um sítio onde nada foi provado".

A professora Maria Cristina Silva Santos, que cursou pedagogia pelo Prouni graças ao governo Lula, entende que a estratégia de perseguição é evidente para quem acompanha o noticiário político. "É óbvio, é nítido que faz parte de uma armação para destruir quem tanto deu força para o povo brasileiro".

Márcia Fukelmann é chef de cozinha e renovou sua filiação ao PT nesta quinta-feira, simbolizando a confiança no ex-presidente um dia após a sentença condenatória. "Isso tem que tomar um volume maior. Nossa voz tem que ser ouvida. A gente tem que recuperar essa força", disse. Por outro lado, a militante petista expressa preocupação com a soma das penas. "Ele tem 73 anos. Com duas condenações, é como uma prisão perpétua", lamenta.

Lula foi condenado a 12 anos e 11 meses pela juíza Gabriela Hardt na última quarta-feira (6). A defesa pode recorrer da decisão.

Também foram registrados atos políticos em apoio ao ex-presidente em Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Palmas (TO) e Cuiabá (MT).

As próximas manifestações convocadas em apoio a Lula são:

Sexta-feira (8 de fevereiro)

Recife (PE) - Local: Armazém do Campo – Av. Martins de Barros, 387 – Recife
Horário: 14h

Domingo (10 de fevereiro)

Curuçá (Pará) - Local: STTR Curuçá, às 8 horas

Francisco Morato (SP) - Local: Rua Rafael Sampaio, 156 - Horário: 9 horas

Quarta-feira (13 de fevereiro) 

Salvador (BA) - Local: Rio Vermelho, Largo do Santana.

Sábado (23 de fevereiro)

Parnaíba (PI) - Local: Colégio Estadual Liceu Parnaibano
Horário: 17 horas