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Autopeças retomam a economia em Sete Lagoas

Indústrias começam a contratar.

Publicado: 12 Abril, 2009 - 23h00

Escrito por: Eficaz Comunicação

LUCIANE LISBOA
 

Enquanto o setor de ferro-gusa agoniza em Sete Lagoas, na região Central do Estado - quase todos os 36 altos-fornos foram abafados, a produção está paralisada e mais de 3,2 mil trabalhadores perderam o emprego desde o início da crise -, as indústrias de autopeças, fornecedoras da Iveco Latin América, instaladas no município ensaiam uma retomada da produção. Inclusive, já foram feitas recontratações de funcionários.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas, Ernane Geraldo Dias, nos últimos dias, cerca de 120 pessoas foram contratadas pelas principais fornecedoras do setor de autopeças.

"Temos informações que a OMR Componentes Automotivos, a Autoforjas, a Sodécia e a Siveje recontrataram. Mas ainda não conseguimos precisar a quantidade de admissões efetuadas individualmente por cada uma delas", disse.

Conforme Dias, juntas, essas empresas empregam cerca de 2,2 mil trabalhadores. Sendo que, desde novembro do ano passado, foram efetuados quase 400 cortes nessas empresas.

"Mesmo com as contratações atuais, o número de desempregados no setor ainda é grande. Com a retomada da produção, esperamos que as empresas recontratem ainda mais trabalhadores", ressaltou.

Aportes - A chegada de novos investimentos no município, como o recente anúncio da instalação da Alga, uma empresa espanhola fabricante de peças de motores automotivos, traz mais esperanças para os trabalhadores do setor.

A Alga está implantando uma unidade em parceria com a OMR Componentes Automotivos, que já possui planta em Sete Lagoas. A OMR pertence ao grupo Sada.

De acordo com informações do diretor-executivo da empresa, Alberto Medioli, a Alga está montando, em sociedade com a OMR, uma unidade no distrito industrial da cidade e deve começar a operar em junho. O investimento total será de cerca de R$ 10 milhões, com a geração de pelo menos mais 50 postos de trabalho.

Gusa - Sete Lagoas é um dos municípios mineiros mais afetados pela crise financeira. Principal polo guseiro do Estado, a cidade viu a produção do insumo siderúrgico despencar nos últimos meses.

Com isso, o número de demissões no município atingiu patamares recordes. Segundo o prefeito da cidade, Mário Márcio Campolina, em Sete Lagoas já há mais de 8 mil desempregados.

"Conforme informação do Ministério do Trabalho, são 8 mil desempregados na cidade. Isso é reflexo do gusa, além do efeito cascata por meio do fechamento de várias usinas siderúrgicas em Sete Lagoas que é muito grande", lamentou recentemente o prefeito.

De acordo com Campolina, o comércio do município já sentiu o impacto, que deve se acentuar ainda mais, já que no final de abril os demitidos vão deixar de receber seguro desemprego. Além disso, algumas siderúrgicas fecharam as portas. "A Barão de Mauá foi uma delas, e todos os seus 120 funcionários foram dispensados no início do mês", ressaltou.

Hoje, apenas seis dos cerca de 36 altos-fornos estão em atividade no município. Ao todo pelo menos 4 mil metalúrgicos perderam o emprego desde outubro de 2008, conforme o sindicato que representa a categoria no município.

Além da questão do gusa, o prefeito também teme os reflexos causados pela queda da arrecadação municipal. "Estamos fazendo as contas e apostando em queda de 30% da arrecadação. O ICMS também caiu. É preocupante. Sem dinheiro, como vamos manter os investimentos?", questinou.

Fonte: Diário do Comércio