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Bancários cobram mais ações para proteger trabalhadoras e trabalhadores  

Bancários são uma das únicas categorias que conquistou rapidamente a liberação de funcionários que estão no grupo de risco como gestantes, idosos, diabéticos, cardíacos, entre outros

Publicado: 14 Abril, 2020 - 12h27 | Última modificação: 14 Abril, 2020 - 12h40

Escrito por: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Seeb-SP

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O Comando Nacional dos Bancários se reuniu por videoconferência, nesta segunda-feira, 13, com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para dar continuidade às negociações sobre as medidas implementadas pelos bancos para o enfrentamento à pandemia gerada pelo coronavírus.

Para manter a proteção de funcionários e clientes, as entidades representativas da categoria cobraram, mais uma vez, que o atendimento presencial nas agências seja feito somente com agendamento prévio e para os casos essenciais, que visam suprir a subsistência dos usuários e clientes.

Há um mês, um dia após a OMS decretar pandemia mundial, o Comando Nacional dos Bancários enviou ofício à Fenaban com reivindicações urgentes, conforme recomendações de médicos e organizações nacionais e internacionais para evitar a disseminação da doença.

A categoria já avançou em manter mais de 230 mil bancários em casa, em sistema de home office, com mais de duas mil agências fechadas em todo o Brasil. Também conquistou o compromisso dos três maiores bancos privados (Itaú, Bradesco e Santander) em não demitir durante a pandemia.

Hoje, o Comando Nacional dos Bancários conquistou o compromisso das agências e locais de trabalho terem máscaras de proteção, inclusive de acrílico, e o abastecimento de materiais de limpeza e higiene, com álcool em gel, conforme orientação do Ministério da Saúde. Os representantes da categoria também reforçaram a necessidade de se ter testes para que os funcionários possam ser diagnosticados de forma adequada e afastados se for preciso.

Os bancários são uma das únicas categorias que conquistou rapidamente a liberação de funcionários que estão no grupo de risco como gestantes, idosos, diabéticos, cardíacos, entre outros. Foi solicitada, também, a liberação de lactantes e mães com filhos pequenos, o que já está acontecendo em alguns bancos.

Outra preocupação da categoria é o aumento das filas em agências. Nas últimas semanas, em função do pagamento dos aposentados e da liberação do auxílio emergencial do governo, há relatos, em todo o país, de agências lotadas, com pessoas aglomeradas dentro e fora das instituições bancárias. Os bancários reivindicam que os bancos contratem seguranças para organizar as filas, mantenham agendamento e só façam o atendimento em casos excepcionais.

Para as entidades representativas, os bancários precisam estar dentro das agências fazendo o atendimento e não há possibilidade de sair para organizar as filas e prestar esclarecimentos à população. Esta é mais uma razão para que os bancos adotem o atendimento mediante agendamento e, caso precisem de reforços, contratem mais seguranças, fornecendo todo o equipamento de proteção necessário. Na avaliação do Comando, o atendimento apenas dos casos excepcionais, como reivindicado, fará com que acabem as filas.

Medidas provisórias

Assim que a MP 927 foi editada, o Comando Nacional dos Bancários convocou uma reunião com a Fenaban, destacando a importância do respeito à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e à negociação coletiva e, por isso, cobrou que não fossem adotadas as medidas previstas na MP.

Os representantes da categoria cobram todas as negociações passem pelos sindicatos, para a proteção dos direitos dos trabalhadores. Nem a MP 927, nem a 936 ou qualquer outra implementada pelo governo pode reduzir direitos, com alteração de jornada e salários, sem uma discussão com o movimento sindical.

O diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Fausto Augusto Júnior, em entrevista concedida à Rádio Brasil Atual avaliou que “estamos num daqueles momentos em que o governo se aproveita da situação para priorizar bancos e empresas.”

Já para o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, esta é mais uma das medidas provisórias editadas pelo governo que prejudica os trabalhadores. “Desde o princípio, o governo Bolsonaro só tomou medidas que beneficiam a classe empresarial em prejuízo dos trabalhadores. Não podemos esquecer que a versão original desta medida provisória autorizava que as empresas suspendessem os contratos de trabalho por até quatro meses e deixava os empregados por todo esse tempo sem qualquer remuneração”, lembrou.

Os trabalhadores que forem procurados pelo empregador para fazer acordo individual prevendo redução de salários podem entrar em contato com o Sindicato para tirar dúvidas. O atendimento jurídico por telefone funciona das 10 horas às 14 horas de segunda a sexta-feira pelos números (31) 3279-7839 e 3279-7845.