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ATO BASTA DE BOLSONARO! OCUPA AS RUAS DE BELO HORIZONTE

Manifestação por Justiça para Marielle Franco, Educação, Saúde, Emprego, da  Defesa da Soberania Nacional, do Patrimônio do Povo Brasileiro, das Empresas Públicas e da Petrobras

Publicado: 04 Novembro, 2019 - 12h41 | Última modificação: 06 Novembro, 2019 - 17h20

Escrito por: Rogério Hilário

Rogério Hilário
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Dirigentes e militantes da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), de outras centrais, da Frente Brasil Popular, dos movimentos sindical, sociais, estudantis e populares ocuparam as ruas do Centro de Belo Horizonte na terça-feira (5) no Ato Público Basta de Bolsonaro - Por Justiça para Marielle Franco, Educação, Saúde, Emprego, Defesa da Soberania Nacional, do Patrimônio do Povo Brasileiro, das Empresas Públicas e da Petrobras. Os manifestantes lembraram da vereadora Marielle Franco, assassinada por milicianos no Rio de Janeiro juntamente com o motorista Anderson Gomes, dos quatro anos do rompimento da barragem no Rio Doce e repudiaram a declaração de um dos filhos do presidente, sobre possível volta do Ato Institucional número 5 (AI-5), que tornou a ditadura militar ainda mais cruel.

A manifestação, que aconteceu em todo o Brasil, e contou com a participação de lideranças políticas, teve início na Praça Afonso Arinos, no final da tarde. No início da noite, os manifestantes saíram em marcha, que passou pela avenida Augusto de Lima, rua São Paulo e avenida Amazonas antes de chegar à Praça Sete, onde o ato foi encerrado.

O Ato Público foi um protesto contra os desmandos do governo de extrema direita de Jair Bolsonaro, que numa reação à suspeita e às evidências de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco, ameaça à democracia brasileira e à liberdade de imprensa, ao mesmo tempo que admite a obstrução a Justiça. Além disso, a manifestação é contra os ataques à educação tanto do governo federal quanto do governo de Romeu Zema, em Minas Gerais, à saúde, ao meio-ambiente, contra a pauta neoliberal, que aumenta o desemprego e a precarização do mercado de trabalho – há vista o aumento do percentual de trabalhadoras e trabalhadores informais, sem direitos trabalhistas -, e que, com a reforma da Previdência, acaba com a aposentadoria.

O protesto aconteceu na  véspera do megaleilão de quatro áreas do pré-sal na Bacia de Santos, consideradas excedente de cessão onerosa, que é uma das etapas da privatização da Petrobras e de todas as empresas públicas do país. Ou seja, da entrega do patrimônio do povo brasileiro e da soberania nacional ao setor privado, principalmente às empresas estrangeiras.

“Estamos aqui e seguiremos nas ruas para que a população entenda os motivos que nos levam a protestar, embora saibamos que a maioria dos brasileiros está insatisfeita, mas não se manifesta. Paulo Guedes apresentou, no Congresso Nacional, mais um pacote de medidas, que dá sequência a esta pauta maldita.  Por isso, não sairemos das ruas. Hoje completa 50 anos do assassinato de Carlos Marighela, em uma emboscada, durante a ditadura militar. Esperamos que ele e Marielle Franco, morta há mais de um ano pela milícia, nos inspirem a seguir na luta. Chega de Bolsonaro, chega de Zema. Aqui em Minas querem privatizar a Copasa, a Cemig e outras empresas estatais a exemplo da privatização total que vem sendo proposta pelo governo federal.  Somos contra a venda da Cemig e de qualquer estatal. Eletricitárias e eletricitários está na luta pelo acordo coletivo de trabalho. Começamos hoje mais uma jornada de lutas que só vai acabar quando Bolsonaro não estiver mais no governo”, afirmou Jairo Nogueira Filho, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG).

Em seguida, falou a vereadora Cida Falabella, do Psol, que lembrou o enfrentamento com bancada religiosa, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, nas sessões do projeto Escola sem Partido, ou da Mordaça. “Na Câmara Municipal fizemos uma linda resistência contra esta pauta conservadora, retrógrada. Mas poderia participar desta manifestação, quando completamos mais de 600 dias do assassinato de uma vereadora e do motorista, sem falar que este crime se aproxima da família do presidente Jair Bolsonaro. Uma mulher negra, favelada, uma mulher guerreira. Nem deixar de lembrar que neste dia completa quatro anos do crime da Samarco e da Vale em Mariana, que nos deu a certeza, juntamente com o de Brumadinho, de que precisamos de outro modelo de mineração no Estado. Belo Horizonte está ameaçada por minas que podem explodir.

Os ataques e ameaçadas que sofremos não resumem nisto. Na audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF), houve o questionamento dos artistas sobre a censura, às vezes velada e em outras explícita, feita por este governo fascista. Do outro lado estamos nós, lutando sem parar pela democracia, pelos nossos direitos, pela soberania, pelo patrimônio do povo brasileiro. Que Marielle, Marighela, Argentina, Venezuela, Cuba, Bolívia nos inspirem. Basta de Bolsonaro e de seus filhos.”

Denise Romano, coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), reiterou a pergunta: “Quem mandou matar Marielle Franco? E quem atendeu o porteiro na Casa 58. Estas perguntas faremos todos os dias. Porque os políticos do partido do suco de laranja e do Novo se irritam quando falamos de Marielle? E porque não querem que as investigações, que são necessárias, se aproximem cada dia mais da família do presidente. Para nós quem tenta acobertar este crime também são os executores. E estamos aqui, também, na luta contra a necropolítica de Jair Bolsonaro de destruição do patrimônio público, da educação, da saúde, da cultura,  de tudo aquilo que nos cerca e é importante para o povo do país”.

A coordenadora-geral do Sind-UTE/MG enfatizou o enfrentamento de educadoras e educadores com o governo de Romeu Zema. “Nesta quarta-feira, dia 6, faremos uma grande vigília na Cidade Administrativa. Exigimos pagamento do piso nacional da educação e paridade com a segurança pública no tratamento pelo governo do Estado. Não vamos ficar em segundo plano na fila no pagamento e no 13º salário integral. Não aceitamos que a segurança pública receba primeiro. Para nós, outro governo é possível. Vamos mostrar ao Zema a força do Sind-UTE e de toda a educação.”

A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) repudiou ataque de deputado às mulheres na Assembleia Legislativa e ressaltou o povo brasileiro não pode esperar as próximas eleições para recuperar o país da destruição desencadeada com as pautas do governo de Jair Bolsonaro. “Hoje um deputado se referiu às mulheres, pela inserção e atuação na política, como antas. As mulheres que fazem os enfrentamentos e que foram as mais impactadas com os crimes da Samarco e da Vale, em Mariana e Brumadinho. Diante de tudo que estamos vendo, não podemos esperar que este governo destrua tudo e que tenhamos que consertar tudo depois da próxima eleição”, disse Beatriz Cerqueira.

“A situação é muito grave, com desempregados, desalentados, fome, governo que obstrui a Justiça. O Brasil não merece isto e não sobreviverá com Jair Bolsonaro, com este governo de milicianos. Não podemos esperar que nos tirem o futuro. As pessoas estão nas ruas porque não conseguem pagar a passagem, não têm dinheiro para comida. Não podem passar por isso, não merecemos passar por isso. Precisamos interferir na política, na educação, na saúde coletiva e não podemos esperar a eleição, até que crianças e muitas pessoas morram de fome. O país está doente. A educação é necessária para nos defendermos de uma sociedade que é só ódio e violência. Viva a educação.”

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