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Brasil precisa de banco público para conduzir uma política em favor da sociedade

As atividades discutirão questões específicas e gerais da categoria para serem debatidas durante a 22ª Conferência Nacional dos Bancários, que ocorrerá nos dias 17 e 18 de julho

Publicado: 14 Julho, 2020 - 14h24

Escrito por: Fetrafi-MG/CUT e Sindicato dos Bancários de BH e Região

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Dirigentes sindicais, representantes de entidades representativas e delegadas e delegados de todo o país participaram na noite da última sexta-feira (10) da abertura do 36º Congresso dos Empregados da Caixa Econômica Federal, do 31º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, do 26º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil e do 11º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco da Amazônia.

As atividades discutirão questões específicas e gerais da categoria para serem debatidas durante a 22ª Conferência Nacional dos Bancários, que ocorrerá nos dias 17 e 18 de julho. A programação será transmitida ao vivo nas redes sociais da Contraf-CUT. Em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus, tanto os congressos quanto a conferência nacional serão realizados por videoconferência.

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, destacou que a atual crise sanitária e econômica evidencia a necessidade e a importância da defesa dos bancos públicos brasileiros.

“Na verdade, o Governo Bolsonaro não tem atuado para socorrer a população. Quando a pandemia chegou ao Brasil, a primeira ação foi socorrer o sistema financeiro. Mas, para garantir o auxílio emergencial para as classes mais baixas, foi preciso que as centrais sindicais e partidos de oposição fizessem pressão sobre o governo e Congresso Nacional. O governo queria dar apenas uma parcela de R$ 200 para os mais pobres”.

Representando a Fetrafi-MG, a presidenta do Sindicato dos Bancários de BH e Região (Seeb-BH), Eliana Brasil, ressaltou a unidade da categoria neste momento. “Vamos começar um Congresso que tem como lema “A distância não nos limita”. Esse é um momento que precisamos estar unidos contra esse governo negacionista, que ignora a ciência e que despreza o papel dos bancos públicos e a soberania nacional. Temos um inimigo muito feroz. A todo momento, além de desprezar os mortos, despreza também o trabalhador principalmente o trabalhador bancário. Como ataca os trabalhadores bancários! Estamos distantes, mas unidos!

Para o economista e professor titular do Instituto de Economia da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo – palestrante convidado da abertura do encontro dos bancos públicos – as ações do governo brasileiro são tímidas e insuficientes. O economista ressaltou a necessidade de uma “ação enérgica, pronta e abrangente”. “Não há nenhuma possibilidade da economia brasileira se recuperar sem a atuação dos bancos públicos. Vemos isso no atual momento. O governo disponibilizou recursos para os bancos emprestarem para pequenas e médias empresas, mas os bancos privados não estão emprestando. Somente os bancos públicos estão liberando os recursos. Os bancos privados têm medo de calote e eles estão certos, porque o Estado não deu as garantias necessárias para que os bancos emprestassem. Somente os bancos públicos podem socorrer as empresas”, observou.

Segundo Belluzo, vivemos um momento de ruptura de cadeias econômicas e que, em situações como esta, a intervenção do Estado é fundamental para socorrer a sociedade, a economia e assegurar a renda da população. Ele enfatizou que os recursos destinados para o consumo das pessoas vão para as empresas – o que gera receita fiscal para o Estado. “O efeito líquido na economia é muito maior do que se não houver o gasto necessário para socorrer a população”.

Caixa

Os 265 delegadas e delegados do 36º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef) definiram, no sábado (11), as estratégias de luta e a pauta de reivindicações específica para a Campanha Nacional 2020.

O coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis, enalteceu a importância de todos os delegados entenderem e aprovarem a estratégia de luta definida durante o 36º Conecef. “Estamos num ano em que precisaremos de muita luta e muita resistência. Por isso, a nossa pauta de reivindicações foi preparada visando a manutenção dos nossos direitos e o avanço contra aqueles que querem acabar com o patrimônio nacional.

O principal fórum de debates e deliberações dos trabalhadores da Caixa debateu a defesa da Vida, da Democracia, das Empresas Públicas, dos Bancos Públicos e da Caixa 100% Pública. O evento discutiu ainda Saúde e Condições de Trabalho dos empregados, Saúde Caixa e Funcef.

Para a secretária da Cultura e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Fabiana Uehara Proscholdt, o Congresso fez jus ao seu lema. “A distância não nos limitou. Inicialmente tivemos alguns problemas técnicos, mas que fazem parte de quem faz ao vivo e num cenário digital novo. Agora, com a pauta de reivindicações que nos direciona, temos que dar ampla divulgação para que todos os empregados a incorporem. Mobilização e unidade são os caminhos para defender a Caixa 100% Pública e consequentemente todos os nossos direitos.”

A pauta de reivindicações foi aprovada em cima de três eixos:

Defesa da Vida

  • Democracia;
  • Empresas Públicas;
  • Bancos Públicos;Defesa da Caixa 100% Pública

Saúde

  • Saúde e Condições de Trabalho;
  • Saúde Caixa;
  • Funcef

Direitos

  • CCT e ACT;
  • Contratações

Banco do Brasil

“Precisamos de um banco para conduzir uma política em favor da sociedade?”. Essa foi a provocação do último painel do 31º Congresso Nacional Funcionários do Banco do Brasil, na tarde de domingo (12).

Para falar da importância do Banco do Brasil, o deputado federal Christino Áureo (PP-RJ) resgatou sua própria história, pois começou a trabalhar na instituição aos 14 anos, como aprendiz. “O Banco do Brasil é muito maior do que os seus mais de 200 anos. As histórias do BB e do Brasil se fundem, para o bem e para o mal. Acredito que para a frente será muito mais para o bem”, afirmou o parlamentar no início de sua fala ao abrir o eixo 3 do 31º Congresso dos Funcionários do BB. O tema era “Precisamos de um banco para conduzir uma política em favor da sociedade?”.

O deputado lembrou o episódio da reunião ministerial de 22 de abril deste ano, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes se referiu ao Banco do Brasil com palavrões e defendeu a sua privatização. “É muito claro que o ministro ofendia não só os funcionários do BB quando ele xingou naquela reunião fatídica. Ele não estava xingando o BB como uma placa, mas xingava a história de milhares de pessoas que trabalharam no banco e de milhões que dependem da instituição”, afirmou Christino Áureo.

O contraponto ao pouco caso que Guedes fez do Banco do Brasil é, de acordo com o deputado do PP, o papel dos bancos públicos em outros países, como ferramentas para garantir a retomada econômica diante do impacto da pandemia do coronavírus. “Alemanha aplica quase 1,1 trilhão de euros na recuperação da sua economia, aplicados pelos bancos públicos alemães. Independentemente de ideologia, o papel dos bancos públicos é fundamental na retomada das economias no mundo todo, as economias todas sendo protegidas pelos seus governos. Temos que copiar aquilo que se vê no mundo”, declarou o parlamentar.

Jilmar Tatto, ex-secretário Municipal de Transportes e candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à Prefeitura de São Paulo, começou a sua fala dizendo que o Banco do Brasil é fundamental para o povo brasileiro. “Para salvar o Brasil e o Banco do Brasil nós temos que falar claramente ‘Fora Bolsonaro’. Porque ele é o presidente da morte, ele é o presidente que não respeita a soberania, ele é o presidente que não respeita as instituições, ele é o presidente racista, fascista, xenófobo, autoritário. Então, quando se fala ‘na luta’, se o Bolsonaro continuar na Presidência da República, não tem salvação.”

Para o político, o Brasil vai precisar – no pós-pandemia – de alguém que lidere o processo de retomada do crescimento econômico, o processo da volta do emprego. “Hoje tem mais gente desempregado do que gente empregada, tem mais gente na informalidade do que na formalidade. E para enfrentar a desigualdade social precisa do Estado, um Estado protetor, que cuida dos mais frágeis, um Estado que presta serviços na saúde: olha se não fosse o Sistema Único de Saúde o que seria da população nesta pandemia.”

 

Tatto disse ainda que só com um Estado forte será possível a volta do crescimento econômico, a volta da geração de emprego e uma política de recuperação das empresas. “Para proteger o micro, o pequeno, o médio e o grande empreendedor nós vamos precisar do Estado. E o Estado é BNDES, Estado é Petrobras, Estado é Eletrobras, Estado é Caixa Econômica e Estado é Banco do Brasil.”

 

O candidato à Prefeitura de São Paulo disse ainda que o BB serve para regular o setor bancário. “Nós vamos precisar de um banco fortalecido. E como ele se dá, na luta, na resistência, com uma grande frente na defesa do Banco do Brasil. Se nós não fizemos isso, se não ganharmos corações e mentes do povo brasileiro, da importância que tem o Banco do Brasil no seu cotidiano, na sua vida, vamos sentir a fúria do Guedes por privatização. A nossa chance é fazermos a mobilização popular.”

A vice-governadora do Piauí, Regina Sousa, também foi convidada para a mesa, mas por problemas de conexão não pôde acompanhar o debate.

Bancos privados

Nesta terça-feira (14), funcionárias e funcionários dos bancos Itaú, Bradesco e Santander participam de Encontros Nacionais. As atividades fazem parte do calendário da Campanha Nacional dos Bancários e definirá o plano de lutas específicas.

 “O momento que vivemos nos impõe muitas dificuldades, por isso, teremos que ter muita unidade e disposição de luta para sairmos vitoriosos neste ano”, disse Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) Itaú.

O Encontro Nacional dos Funcionários do Banco Bradesco ocorre nesta terça-feira, 14, a partir das 15h. “É mais um passo importante na construção da Campanha Nacional 2020. O momento que vivemos nos impõe muitas dificuldades. Mas, tenho certeza que com muita unidade e luta sairemos vitoriosos neste ano”, disse Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) Bradesco.

O Encontro Nacional dos Funcionários do Banco Santander ocorre nesta terça-feira, 14, a partir das 9h. A atividade faz parte do calendário da Campanha Nacional dos Bancários e definirá o plano de lutas específicas. Como o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos funcionários do Santander já foi aprovado e assinado, o encontro também será utilizado para formação sobre comunicação em rede.

“É um mais um importante momento da Campanha Nacional, no qual definiremos questões sobre nossas lutas específicas. Mas, também vamos buscar capacitar os participantes para atuarem, transmitirem informações e mobilizarem as bases de uma maneira mais eficiente e eficaz”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Mario Raia.

Mario ressaltou a importância do momento de formação dos participantes sobre comunicação em rede. “Todos sabemos que, para uma campanha ter êxito, a categoria precisa estar mobilizada e disposta a participar das atividades propostas pelo sindicato. Para isso, neste momento de isolamento social, com grande parte dos funcionários trabalhando em home office, precisamos utilizar novas formas de comunicação”, explicou. “Por isso, além de oficinas práticas, queremos mostrar a importância da comunicação em rede e mostrar que ela pode e deve acontecer para além das redes sociais e, além da categoria, precisa informar e mobilizar a sociedade”, concluiu o dirigente da Contraf-CUT