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Cemig judicializa atraso de pagamento da PLR

Sindieletro repudia veementemente essa postura da direção da Cemig, que demonstra privilegiar os interesses do mercado em detrimento dos direitos de trabalhadoras e trabalhadores

Publicado: 22 Abril, 2020 - 16h45

Escrito por: Sindieletro-MG

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Após a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) chamar os sindicatos para uma reunião no último dia 14, ou seja, a apenas alguns dias da data prevista, em Acordo Específico, para o pagamento da PLR 2019/2020, e informar que queria fechar um acordo para pagamento somente em outubro, o Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética (Sindieletro) posicionou-se, afirmando à empresa que precisava de maiores informações para o devido debate com a categoria.

A empresa negou-se a fornecer as informações solicitadas pelo Sindieletro. O Sindicato, então, a partir de sugestões dos trabalhadores e trabalhadoras da Cemig, recebidas por meio virtual, elaborou uma contraproposta para negociar um acordo. Buscamos, assim, contribuir para minimizar os impactos financeiros e, ainda, pedimos que a Cemig negociasse também um mínimo de garantias para a ampla proteção de trabalhadoras e trabalhadores neste momento de pandemia da Covid-19.

Desrespeitando completamente trabalhadoras e trabalhadores, a empresa informou, através do gerente da DPR/RT, Brunno Viana, que não é possível acatar as solicitações da categoria, sem apresentar nenhuma outra contraproposta. O gerente fala pela direção da Cemig, que tem como presidente, Reynaldo Passanez Filho, profissional de mercado extremamente privatista; fala também pelo diretor de Finanças e Relações com Investidores, Leonardo George de Magalhães, que foi superintendente de área financeira na Cemig e é totalmente alinhado com a gestão de mercado da empresa.

Na segunda-feira, 20 de abril, menos de uma semana após a Cemig informar sobre a proposta de atrasar o pagamento da PLR, a empresa divulgou um comunicado para todos os trabalhadores e trabalhadoras, anunciando que as negociações estavam encerradas.

Questionamos: quais negociações, se a Cemig apenas propôs oficialmente atrasar o pagamento da PLR sem nenhuma contrapartida aos trabalhadores? E quando os trabalhadores apresentam uma contraproposta, a resposta é um sonoro não.

Judicialização

E tivemos mais desrespeito aos trabalhadores e às trabalhadoras: fomos informados, por telefone, pelo gerente Brunno Viana, que a Cemig estaria tomando medidas jurídicas em relação ao atraso no pagamento da PLR.

O Departamento Jurídico do Sindieletro já estava atento a quaisquer movimentações da Cemig no âmbito judicial e constatou que a empresa ajuizou uma ação com a solicitação de “sigilo”, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT- Terceira Região). Assim, ficamos impedidos de tomar conhecimento do teor da ação proposta até que o Desembargador responsável pelo processo analise e defira o pedido de retirada do sigilo apresentado pelo Sindieletro.

A Cemig, como empresa de sociedade de economia mista, tem a obrigação de deixar claro, não só para os seus trabalhadores, mas para toda a sociedade, os atos realizados por sua gestão.

Repudiamos veementemente essa postura da direção da Cemig, que demonstra privilegiar os interesses do mercado em detrimento dos direitos dos trabalhadores. Sabemos que o Estado, como maior acionista desta empresa, influenciou diretamente nessa atitude por parte da direção da Cemig, comprovando que o atual governador de Minas Gerais, Romeu Zema, defende apenas os interesses de seus parceiros empresários, sem levar em conta os anseios e necessidades do povo mineiro.