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Completando 6 anos, BdF MG participa de audiência pela democratização da mídia

A consolidação do jornal ajuda a democratizar o ambiente de informações em Minas Gerais

Publicado: 04 Setembro, 2019 - 17h44 | Última modificação: 11 Setembro, 2019 - 17h24

Escrito por: Rafaella Dotta/Brasil de Fato Minas

Brasil de Fato
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Na próxima terça, 10 de setembro, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais convoca uma audiência pública para debater um tema essencial: a democratização da mídia. A reunião é uma realização da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, a pedido da deputada Beatriz Cerqueira, e acontece no mês em que o Brasil de Fato Minas Gerais completa seis anos. Em terras mineiras, o jornal tem contribuído para equilibrar o campo da informação.

Para a presidenta do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Alessandra Mello, que participa da mesa da audiência, debater a democratização da mídia é tão importante quanto conversar sobre outros direitos. “Porque no final, tudo passa pela comunicação, que é um poder muito grande. Enquanto não discutir a democratização no Brasil vamos continuar sendo vítimas de golpes, que acontecem inclusive com o apoio midiático”, defende.

A editora-chefe do Brasil de Fato MG, Joana Tavares, lembra da pesquisa lançada pelo Repórter Sem Fronteiras e Intervozes, que mostra que os quatro maiores grupos de mídia do país chegam a concentrar 70% da audiência. “Além de mudanças no marco regulatório e no controle social desses veículos comerciais, é mais que urgente a criação, expansão e fortalecimento de instrumentos que defendam outros pontos de vista, que representem outros grupos, que alarguem a discussão pública”, afirma.

Democratização na prática

“Quando lançamos o jornal em Minas, em 2013, o cenário da comunicação comercial no estado era crítico”, lembra Joana. Minas Gerais é marcada pela concentração midiática, em que os maiores veículos de comunicação estão nas mãos de poucos grupos econômicos ou empresários. A comunicação mineira, país afora, é lembrada pelas interferências que a família Neves fazia nas redações de jornais, chegando a demitir quem escrevesse contra Aécio.

“Agora, assistimos os jornais de grande circulação fazerem propaganda para a Vale e para o modelo predatório de mineração ou defenderem políticas absurdas de retiradas de direitos. Chegam a defender fechamento de turmas na educação básica e cortes nas pesquisas, é difícil entender”, lamenta a editora.

É neste ambiente de informação unilateral que o Brasil de Fato MG nasce, para publicar “o lado de lá” - dos trabalhadores, dos movimentos populares e sindicais. Isso já é visível na sua edição zero, em maio de 2013: “Conta da Cemig é das mais caras do país”, diz a manchete. Ainda na capa: “Aécio é julgado por não investir em saúde”, “Futebol contra a homofobia”, “Mineirão garante R$3,7 milhões por mês para Minas Arena” e “Entrevista com Pereira da Viola”.

O jornal teve o seu lançamento “sob forte emoção”, como divulgou a página do Conselho Regional de Serviço Social de MG, e se inspirou em Carlos Marighella e Milton Nascimento. “Além das falas de alguns integrantes de movimentos sociais e da leitura do editorial do jornal, durante a mística, também foi lida a poesia “Rondó da Liberdade”, de Carlos Marighella. O lançamento terminou animado ao som da música Coração Civil, de Milton Nascimento”, descreve a matéria.

Inclusive, o ato político de lançamento do BdF MG foi também com audiência pública na ALMG, em 15 de maio. Dia feliz por um motivo e triste por outro. A data coincidiu com o julgamento do fazendeiro Adriano Chafik, que foi inocentado à época, mesmo após confessar a sua participação no assassinato de cinco sem terras. Situação que contribuiu ainda mais para o engajamento de movimentos populares na construção do jornal Brasil de Fato, único que seguiria denunciando o caso.

Seis anos depois

“Um veículo de comunicação que esteja a serviço da transformação da realidade de desigualdade e exclusão. Que atenda aos ideais de democracia, pluralidade e diversidade na cobertura dos fatos”, preconizava o editorial da edição zero do Brasil de Fato, e que seis anos depois continua a ser o horizonte deste jornal.

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Serviço

O que: Audiência pública para debater democratização da comunicação, no auditório da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Rua Rodrigues Caldas, 30, Santo Agostinho - Belo Horizonte)

Quando: 10 de setembro, às 18h30

Na audiência, que foi chamada pela Comissão de Direitos Humanos da ALMG, estarão na mesa Alessandra Mello, presidenta do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de MG, Bruno Abreu, do Conselho Municipal de Saúde, Jairo Nogueira, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores, Debora Sá, do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos, Enio José Bohnenberger, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, Paula Silva, do Levante Popular da Juventude, Soniamara Maranhão do Movimento dos Atingidos por Barragens. Frederico Santana Rick, da Consulta Popular, Jô Moraes, ex-Deputada Federal. Representando o Brasil de Fato participam a editor-chefe Joana Tavares e Beatriz Pasqualino, editora-geral do Centro Popular de Mídias, do qual o BdF é integrante.