MENU

Dia Internacional da Juventude: articular, dialogar, lutar e contruir

Data se tornou ainda mais significativa em função de os desafios dos jovens terem se intensificado nos últimos quatro anos, com a PEC da Morte, as reformas trabalhista e da Previdência

Publicado: 12 Agosto, 2020 - 14h53

Escrito por: CUT/MG

CUT
notice

A juventude sempre esteve no protagonismo em qualquer cenário político, nas lutas pelo bem coletivo, nas políticas públicas e contra a retirada de direitos. E, em todos os momentos, estão prontos para o enfrentamento e a resistência aos desmandos, ao despotismo, ao arbítrio e aos ataques a direitos e conquistas da classe trabalhadora e de todo o povo brasileiro. Os jovens estão envolvidos em diversos temas, entre eles o combate ao genocídio da juventude negra, a universalização do acesso ao ensino superior, à saúde, educação, cultura, trabalho digno para juventude, além disso precisamos pautar a luta contra o racismo, machismo e LGBTfobia. É papel da juventude: articular, dialogar, lutar.

O Dia Internacional da Juventude se tornou ainda mais significativo em função de os desafios dos jovens terem se intensificado nos últimos quatro anos. Neste período, houve a redução de verbas para a educação, tão importante para reduzir a desigualdade, as reformas trabalhista e da Previdência, que atingirão em cheio os jovens, com desempregos, e com a impossibilidade de se aposentar, fazendo ainda mais cair a economia. O crescimento do ódio, disseminado pela direita, atrás de palavras de ordem e progresso e por detrás do falso patriotismo, o racismo, muitos jovens negros são mortos. O preconceito e a intolerância estão aí sempre nos jornais e o jovem é o mais atingido.

A PEC 95 PEC da Morte e a reforma Trabalhista, durante o governo golpista de Michel Temer; a reforma da Previdência, com o governo de extrema direita e ultraneoliberal de Jair Bolsonaro, atingiram diretamente os jovens. A Juventude se vê diante de um cenário tenebroso e desafiador, imposto pelo desgoverno ultraneoliberal e fascista de Jair Bolsonaro, que intensificou o projeto iniciado pelo golpe de 2016. Durante o governo golpista de Michel Temer aprovou-se a PEC da Morte (PEC 95), que congela por 20 anos os investimentos em educação, fundamental, principalmente, para os jovens, em saúde e outros setores; e a reforma trabalhista, que, além de não reduzir o desemprego, impôs cortes de direitos e conquistas, ampliou a informalidade e transformou o mercado de trabalho em um paraíso da pejotização e da uberização. Com o desgoverno, além de MPs que aprofundam ainda mais os ataques a direitos e conquistas da classe trabalhadora, a reforma da Previdência torna quase inalcançável a aposentadoria para quem ainda se prepara para ingressar no mercado de trabalho, por causa do tempo de contribuição e a idade mínima para se aposentar.

“Na verdade, não temos muito o que comemorar, desde a reforma Trabalhista, com toda a precarização, a subvalorização do trabalho. Veio para banir qualquer perspectiva de futuro, colocando o jovem numa situação muito maçante, trabalhando mais, sem tempo, sem dinheiro para estudar ou fazer qualquer coisa que a juventude entenda como lazer, sociabilização e até mesmo para o crescimento. É importante tentar construir uma nova sociedade, fortalecer o pensamento de luta, de tentar mudar algumas coisas. Acaba que a gente não consegue pensar no nosso futuro, não consegue avançar em algumas propostas, diante da precarização. Acredito que a juventude seguirá tendo papel decisivo nesta luta”, afirmou a secretária da Juventude da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Lourdes de Fátima Pires.

E, em quase cinco meses de Pandemia de Covid-19, os jovens e a população brasileiros têm pela frente o combate à política genocida de Jair Bolsonaro e do governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Por conta do descaso, falta de planejamento e investimento, mais de 100 mil pessoas morreram.

“Os jovens passam por outro momento bem complicado, depois das reformas trabalhista e da Previdência, com a Pandemia. A questão do Isolamento social. Eestão sem aula. Uns até sem renda. Tiveram redução de jornada, de salário. A relação do trabalho, o futuro que é muito incerto. Gera uma ansiedade entre os jovens. Sem aula e sem renda, é complicado. Tudo contribui para os jovens lidarem com as perdas. Muitos perderam familiares. Momento complicado. Mas a juventude não está entregando os pontos. A cada dia os jovens estão lutando mais. Estão tendo mais informações sobre seus direitos. O papel da juventude diante da Pandemia, além de ser um problema, também impulsiona o jovem a crescer, a querer melhorar, a pensar em como podemos melhorar o mundo, o lugar em que vivemos”, disse Lourdes de Fátima Pires.

Outro ponto importante, segundo a secretária da Juventude da CUT/MG, é que a juventude tem que estar à frente é a questão do racismo, da desigualdade. “Sempre o jovem da periferia é visto pelos policiais como envolvido em tudo que está errado. É sempre malvisto. È uma das bandeiras que a juventude tem que lutar para que não aconteça. E garantir os nossos direitos, enquanto pessoa, enquanto seres humanos. É óbvio que, às vezes, falta conhecimento, mas eu vejo que a juventude, de uns tempos pra cá, tem buscado se informar mais, compreender mais a conjuntura. A Pandemia, colocando em risco várias coisas, a família, a questão das pessoas ficarem isoladas, não poderem trabalhar, trouxe impacto significativo nas relações. Acho que jovem tem papel fundamental em todos os aspectos.”

O Dia Internacional da Juventude serve de referencial para entidades do movimento sindical, social e popular para dar visibilidade às lutas ao redor do nosso país e para reafirmar o compromisso dos jovens com todas as pautas da sociedade. É uma boa oportunidade para fazermos uma reflexão sobre os desafios para avançarmos na construção de um país para todos e todas, principalmente diante do processo que há quatro anos desmantela o Estado brasileiro, os serviços públicos, as políticas públicas, retira direitos e conquistas.