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Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+

CUT e diversos movimentos que defendem a causa LGBTQIA+ participam do encontro “5º BE YOUR SELF”, no Rio de Janeiro, desta sexta-feira a domingo (dias 28, 29 e 30)

Publicado: 28 Junho, 2024 - 16h42 | Última modificação: 28 Junho, 2024 - 16h49

Escrito por: Rogério Hilário, com informações de TREE e CUT | Editado por: Rogério Hilário

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O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é comemorado nesta sexta-feira, dia 28 de junho. Mas, a verdade é que as celebrações se estendem durante todo o mês de junho. A palavra “orgulho” vem usada nesse contexto em oposição à vergonha, sentimento imposto durante muito tempo — e às vezes ainda presente — para oprimir essa comunidade.

Além de celebrar a diversidade e os profissionais da organização que fazem parte da comunidadeé fundamental investir em iniciativas que garantam um ambiente de trabalho seguro para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, intersexuais, queer e demais participantes do grupo

Contudo, além da data de nível global, existe também aqui no Brasil o Dia Nacional do Orgulho Gay, celebrado no dia 25 de março. O objetivo de ter um marco assim também a nível de país é combater o preconceito e a discriminação e promover a reflexão, o respeito e a empatia em relação à comunidade LGBTQIA+ brasileira.

Os dados demonstram que muito ainda precisa ser feito para eliminar as barreiras e preconceitos contra essa comunidade e, principalmente, criar um ambiente corporativo seguro.

Saúde e crescimento da violência

Para marcar o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, celebrado neste 28 de junho, a CUT e diversos movimentos que defendem a causa LGBTQIA+ participam do encontro “5º BE YOUR SELF”, no Rio de Janeiro, desta sexta-feira a domingo (dias 28, 29 e 30). No evento serão debatidas questões como saúde mental, crescimento da violência, prevenção e tratamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) e acolhimento a gays, lésbicas, travestis e transexuais.

A participação da CUT, além de representar o Conselho Nacional LGBTQIA+, onde a Central tem assento, tem como objetivo tratar a questão do trabalho decente para as pessoas dessa comunidade, além de debater a questão indígena e racial.

Walmir Siqueira, secretário nacional LGBTQIA+ da CUT, reforça que o evento será uma grande oportunidade para falar de elaboração de políticas públicas e combate à violência contra gays, lésbicas, travestis e transexuais que tem crescido no Brasil.

“O objetivo e a expectativa da CUT é que se crie um conselho pensando na violência, no mercado de trabalho, que se trate da vida das pessoas da comunidade LGBTQIA+, principalmente as que não têm amparo social, que precisam de acolhimento das pessoas, e que não tem local para viver devido ao desamparo da família”, afirma.

Empregabilidade

A falta de oportunidades, a qual Walmir se refere, é pior para travestis e transexuais, que além de serem as principais vítimas da violência em decorrência da sua identidade de gênero, estão fora dos postos de trabalho, como aponta os dados levantados pelo Fórum de Empresas e Direitos LGBTQIA+, feito em 51 empresas, onde 61% delas disseram empregar pessoas transexuais.

A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) aponta que 90% da essa população têm a prostituição como fonte de renda e alternativa de sobrevivência.

“Sabemos que a comunidade trans, tanto masculina como feminina, pessoas lésbicas, gays mais afeminadas, pessoas negras LGBT, são as que mais sofrem na hora de procurar um emprego”, conta o secretário.

14 anos no topo da violência

Há mais de 14 anos, o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo. Segundo o Monitoramento de Assassinatos Trans (TMM, na sigla em inglês), em 2023, foram contabilizados mundialmente 321 assassinatos. O Brasil concentrou pelo menos 100 dessas ocorrências.

A violência contra a comunidade trans (a transfobia) não acontece somente de formas mais diretas como em agressões físicas e verbais, mas também pode se constituir através da exclusão dessa comunidade de políticas públicas.

A Revolta de Stonewall

O Dia Internacional do Orgulho Gay – hoje chamado de Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans*, Queers, Intersexos, Assexuais e demais orientações e identidades] - é comemorado anualmente em 28 de junho em todo o mundo.

A origem da data é a chamada Revolta de Stonewall, levante que ocorreu em Nova York, nos Estados Unidos, no dia 28 de junho de 1969. Naquela época batidas policiais em bares gays na região de Manhattan eram violentas: policiais ameaçavam e espancavam funcionários e clientes. Mas naquele dia o público gay reagiu em protestos que duraram dias, resultando em uma rebelião que ajudou a desencadear o movimento atual pelos direitos civis LGBTQIA+.

A partir deste acontecimento foram organizados vários protestos em favor dos direitos dos homossexuais por diversas cidades norte-americanas e pelo mundo.

O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ reforça que todos devem se orgulhar de sua sexualidade e orientação sexual e não sentir vergonha por ser quem se é. Independentemente da orientação sexual ou de gênero de uma pessoa, o importante é respeitá-la como um ser humano, com todos os seus direitos garantido