Em Divinópolis, movimentos fazem atos denunciando assassinato de segurança negro
Edson Carlos Ribeiro foi morto na noite do último sábado, 25 de setembro, num evento em que trabalhava
Publicado: 29 Setembro, 2021 - 09h59 | Última modificação: 29 Setembro, 2021 - 10h07
Escrito por: Ana Carolina Vasconcelos / Brasil de Fato MG
No último domingo (26), o Movimento Unificado Negro de Divinópolis (MUNDI) organizou um ato em frente a um shopping da cidade para denunciar a morte do segurança Edson Carlos Ribeiro. Edson era um homem negro de 42 anos, casado e pai de uma adolescente de 12.
Entenda o caso
Na noite do último sábado (25), o segurança Edson Carlo Ribeiro foi morto após ser agredido com um soco inglês em uma festa na qual trabalhava. Testemunhas declararam que o autor da agressão foi o empresário Pedro Lacerda e que a agressão ocorreu após o segurança adverti-lo por duas vezes por tentar entrar em área não permitida e por urinar em local inadequado.
Após a segunda advertência, Edson foi agredido na cabeça com um soco inglês. O segurança chegou a ser socorrido por uma médica que estava na festa, porém, não resistiu.
A ativista negra, da diretoria do MUNDI e conselheira do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Divinópolis, denuncia que “segundo o relato de testemunhas, quando a polícia chegou, o suspeito foi autuado e quando perguntado sobre a motivação do crime ele respondeu que fez porque quis”.
Movimento Negro organiza ato
Ainda na noite do crime, o MUNDI e outras organizações sociais da cidade se articularam para organizar uma manifestação, “em tempo recorde”, declarou Maria Catarina.
“O ato foi carregado de emoção, de comoção e conseguiu passar para a sociedade o abolicionismo incompleto que houve no Brasil. Mais do que gritos e palavras de ordens, o ato teve o objetivo de alertar a sociedade de que estaremos a posto quando acontecer qualquer tipo de crime assim que envolva uma pessoa negra”, declarou a ativista.
Seguranças da cidade também se manifestaram
Seguranças da cidade também se manifestaram em ação em frente à Delegacia de Polícia Civil da cidade. Durante o ato, o segurança Roberto Ribeiro afirmou que “a manifestação não é apenas pela vida de Edson, mas por todos os seguranças que estão na ativa”. O trabalhador afirmou também que a morte de Edson foi homicídio qualificado e que “não pode ficar barato”.
Prisão preventiva
Na tarde do dia 26 de setembro, o juiz Mauro Riuji Yamane decretou a prisão preventiva de Pedro Lacerda, que se encontra no presídio Floramar. “Vamos ficar atentos para ver se não vai ter relaxamento e se ele não será solto. Se preciso for, vamos até o tribunal de Belo Horizonte, caso eles entrem com recurso”, declarou Roberto Ribeiro.