Em Minas, trabalhadores, alguns com Covid, são resgatados em condição de escravidão
Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou 271 pessoas em três fazendas de produção de cana de açúcar na região de João Pinheiro
Publicado: 02 Fevereiro, 2022 - 12h29
Escrito por: Brasil de Fato Minas Gerais | Editado por: Rogério Hilário
Aconteceu na última semana, em Minas Gerais, um resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão. Uma operação do Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou 271 pessoas em três fazendas de produção de cana de açúcar na região de João Pinheiro. O resgate foi o mais numeroso dos últimos anos.
Os funcionários da usina viviam em condição degradante, sem refeitório (faziam refeições sentados no chão), sem acesso a sanitários e abrigados em alojamentos superlotados. Segundo o MPT, alguns trabalhadores estavam, inclusive, com teste positivo para covid-19.
A equipe de fiscalização integrada pelo Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais, a Auditoria Fiscal do Trabalho (AFT) e agentes das Polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF), trabalharam no local de 24 a 28 de janeiro, colhendo depoimentos e apurando os valores devidos a cada um dos 271 trabalhadores.
O valor das verbas rescisórias de todos os trabalhadores, calculadas pelos fiscais, deve ultrapassar R$ 5 milhões. “Cada trabalhador vai receber indenização a título de reparação de danos morais individuais e a empresa vai pagar também indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 400 mil”, informou nota do MPT.
Os trabalhadores eram da Paraíba, Piauí, Pernambuco, Maranhão e Bahia.
Resgate é maior que todos de 2021
Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), no ano passado 1.937 pessoas em situação de trabalho escravo contemporâneo foram resgatadas. O número é 106% maior que o de 2020, quando foram resgatadas 936 pessoas.
Minas Gerais, mais uma vez, foi o Estado com o maior número de trabalhadores resgatados, 768 vítimas. Porém, o maior número de pessoas resgatadas em um só estabelecimento foi no Distrito Federal, em que 116 pessoas estavam trabalhando em condições degradantes.