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14º CECUT MG começa com homenagens, emoção e muita disposição para a luta

Publicado: 19 Agosto, 2023 - 13h20 | Última modificação: 24 Agosto, 2023 - 10h20

Escrito por: Rogério Hilário | Editado por: Rogério Hilário

Nádia Nicolau
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Com homenagens a ex-dirigentes e aos presidentes da entidade no Estado, a 14ª edição do Congresso Estadual da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (14º CECUT MG) foi aberto na noite de sexta-feira, 18 de agosto, no Sesc Venda Nova, em Belo Horizonte. A solenidade de abertura, com delegadas e delegados eleitos e convidados, entre eles lideranças políticas e representantes dos movimentos sociais e populares, e o superintendente regional da Superintendência Regional de Trabalho e emprego, Carlos Calazans, foi presidida pela coordenadora da atividade e secretária-geral da entidade, Lourdes Aparecida de Jesus. Participaram Ariovaldo de Camargo, José Celestino Lourenço, o Tino, e Milton dos Santos Rezende, da Executiva Nacional da CUT.

O 14º CECUT MG Andréa Hermógenes – Democracia, trabalho e luta; resistir em Minas Gerais, acontece no ano em que a CUT completa 40 anos e em um momento de reconstrução do país, após a vitória de Lula, derrotando o fascismo com o apoio fundamental da união dos movimentos sindical, sociais e populares. Mas, que traz um grande desafio do enfrentamento ao projeto político de Romeu Zema no Estado, que tem como objetivo a eleição presidencial de 2026. Foram exibidos vídeos de saudações e de homenagem Andréa Hermógenes, secretária de Organização e Política Sindical, e José Alves Pereira, ex-secretário de Comunicação, que representaram todas e todos os ex-dirigentes que deixaram um legado de lutas, resistências e conquistas; e aos presidentes que contribuíram para a consolidação do protagonismo da CUT/MG no Estado. As placas de agradecimento a Andréa e José Alves foram entregues pelo presidente da CUT Minas, Jairo Nogueira Filho, respectivamente, a Aline Lara, do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Belo Horizonte (Sindibel); Walter Fideles Dias, do Sindicato dos Metalúrgicos de BH, Contagem e Região. A cerimônia terminou com apresentação do bloco Sou Vermelho.

“O 14º CECUT MG acontece em momento nacional extremamente importante. Saímos das trevas com a vitória de Lula. Em Minas Gerais temos uma luta árdua pela frente: não deixar que Zema destrua tudo no Estado e não deixar que ele venda ao país a imagem de candidato à Presidência da República. Nós temos na memória os enfrentamentos com Aécio Neves. Nós tivemos papel fundamental na desconstrução de Aécio e para mostrar que o caminho é sempre pela esquerda”, disse Lourdes Aparecida de Jesus.

A mesa da abertura do 14º CECUT foi composta pelo presidente da CUT/MG, Jairo Nogueira Filho; Lourdes Aparecida de Jesus; a deputada estadual Beatriz Cerqueira, o deputado estadual Betão, Ariovaldo de Camargo, José Celestino Lourenço; Guima Jardim, presidente do PT-BH; Carlos Calazans; Valéria Morato, presidenta da CTB; Tiago Alves, Movimento dos Atingidos por Barragens; Camila Moraes, da União Nacional dos Estudantes; Silvana Rosa, da Intersindical; e Júlia Nogueira (Levante Popular da Juventude).

“É bom demais estarmos em um Congresso. Demora tanto a acontecer que deixa sempre saudade. A homenagem a Zé Alves e Andréa é singela. Agradecemos muito a eles. Andréa esteve conosco nesta direção. Uma companheiraça, ajudou muito no mandato da presidenta Beatriz Cerqueira”, afirmou Jairo Nogueira Filho. “Que a gente construa um bom plano de lutas e estratégias, que aponte o caminho para a classe trabalhadora. Mesmo com a vitória de Luta, temos que ajudar a recuperar tudo que perdemos nos últimos seis anos, com o impeachment de Dilma, o governo do golpista Michel Temer, Bolsonaro e o país ainda foi acometido por uma pandemia, que ceifou mais de 700 mil vidas. Vamos tirar demandas e encaminhamentos, de forma bem clara, para a reconstrução do Brasil e devolver Minas Gerais ao povo mineiro. Teremos debates essenciais para sairmos daqui fortalecidos, eleger a próxima direção da CUT Minas e para dar diretrizes para a classe trabalhadora, afirmou Jairo Nogueira Filho.

“Não vou falar dos inimigos, mas de reconstrução do Brasil e do enfrentamento em Minas Gerais. Estou aqui para falar de celebração, porque o movimento sindical ficou firme. Enfrentou as milícias, os fascistas. Só viramos a chave, só vencemos as eleições porque vocês existem. Foram essenciais. Precisamos celebrar a direção da CUT. Ser dirigente na abundância é fácil. Nas adversidades é mostramos nossa disposição para a luta, a resistência, a união. E contamos com a persistência e a disciplina militante dos movimentos sociais. Quero celebrar a luta no Parlamento. Celebrar intersindical, Carlos Calazans. Celebrar as nossas e os nossos que nos deixaram em algum momento e um Congresso que homenageia André  e José Alves. Celebrar o Coletivo Alvorada, com a presença de Munish. Celebrar quem perdemos. Se não cuidarmos da memória dos nossos, ninguém cuida”, disse a deputa estadual Beatriz Cerqueira, que pediu que todas e todos se levantassem e falassem um nome querido.

“Estou deputado estadual, mas minha origem é sindical, o Sindicato dos professores de Juiz de Fora. Participei de quase todas as edições do CECUT. Sou daqueles caras que dormiram debaixo das arquibancadas do Mineirinho e do Mineirão. Tenho certeza que este Congresso vai construir estratégias e um plano de lutas que vai fortalecer ainda mais as lutas da classe trabalhadora. Vamos tratar da revogação da reforma trabalhista, pedir para o governo Lula fazer isso e também a revogação da reforma da Previdência, já está encaminhada a revogação do novo ensino médio”, disse o deputado estadual Betão.

“Ocupar as câmaras dos vereadores. Seguiremos juntas e juntos. Saldar por estar aqui, participar desta história que muito nos compõe. Imanados na força da mãe terra um belíssimo”, manifestou-se Silvana Rosa, da Intersindical.

“Temos vários companheiros aqui, que contribuíram para a construção da Central, do PT, a CUT pela terceira vez faz um presidente do Brasil. A luta de classes avançou muito nos governos Lula e Dilma e poderia avançar mais. O golpe na Dilma deu um solavanco gigantesto neste processo e trouxe o retrocesso. Se não fosse essa Central, e a luta dos trabalhadores, não fosse ela mais uma vez na rua, os sindicatos e luta popular. Renova esperança de mais luta. Conquista é marca da CUT e temos mais uma vez para receber um plano de lutas. Temos que derrotar um governador ultraneoliberal. Colocar um governo alternativo a Minas Gerais, o povo mineiro está cansado de ser deixado pra lá. E também atuar decisivamente na eleição em Belo Horizonte, para que se torne muito mais solidária. O campo CUTista é que vai mudar o Brasil e Minas Gerais”, afirmou Guima Jardim, presidente do PT-BH.

“Em 1983, nós alugamos 11 ônibus para levar delegação de Minas para o Congresso em São Paulo. Marceneiros e metalúrgicos foram pioneiros na construção da Central. São 40 anos de tanta luta, tanto orgulho disso. De vitórias que tivemos, de derrotas que nos ensinaram muito. A CUT é produto da classe trabalhadora. É uma saga que não foi escrita, a história de todos nós. Volto ao Ministério do Trabalho após 20 anos, e estou projeto de reconstruir o Brasil. Lutando, acreditando em nós, com toda a nossa solidariedade. Como a Beatriz disse, vamos celebrar. Viva a classe trabalhadora, viva a CUT”, disse Carlos Calazans, ex-presidente da CUT Minas e superintendente da SRTE-MG.

 “No Brasil não pode ter miséria, é uma terra de fartura. Este CECUT acontece em um momento importante da luta política. É preciso combinar a defesa do governo Lula com a força popular. Ocupamos tantas vezes as ruas com a CUT. Pela retomada de direitos da classe trabalhadora e por uma vida digna para brasileiros. Aliança de projeto nacional para a educação, projeto nacional de desenvolvimento, com a derrota do governo Zema, que é inimigo do povo. Contem com a União Nacional dos Estudantes. Viva a luta da classe trabalhadora”, afirmou Camila Moraes.

“A CUT sempre foi um exemplo de luta para nós. Contra o golpe, a retirada de direitos, na resistência contra o fascismo e, por último, nos unimos para garantir a vitória de Lula. Junto com a CUT vamos fazer com que o governo Lula dê certo e vamos derrotar Zema”, disse Júlia Nogueira, do Levante Popular da Juventude.

“Comemorar 40 anos não é fácil mesmo. Nos traz muitas obrigações Unidade é muito importante neste momento. Derrotamos eleitoralmente o fascismo, mas ele está vivo. Se um de nós for atacado, todos nós somos atacados. Por isso nossa união é fundamental. Temos que banir o fascismo do Brasil”, enfatizou José Celestino Lourenço.

Ariovaldo de Camargo, da Executiva Nacional da CUT, destacou que o projeto democrático progressista só foi interrompido pelo golpe de 2016 e sofreu apenas uma derrota nas seis últimas eleições. “Fotos vitoriosos em cinco e roubados em 2018, pois Lula seria eleito e foi retirado. Sei o que passei com Geraldo Alckmin, em São Paulo, mas a composição com ele foi necessária para derrotar a extrema direita. Com unidade de classe trabalhadora é que vamos impedir que aconteça novamente o que houve em 2018. Estamos diante de um desafio em 2024, com as eleições municipais. Enfrentamos dificuldades em Minas, com Zema, e em nível federal porque temos que ocupar os espaços no Parlamento, termos mais deputadas como Beatriz Cerqueira. Não conseguimos, aqui no Estado, eleger uma bancada com muitos deputados como a Beatriz Cerqueira e o Congresso tem uma composição de direita. Estamos fazendo 40 anos e precisamos olhar os próximos 40.”