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Entregadores de aplicativos paralisam atividades e vão às ruas em Belo Horizonte

A mobilização, denominada “Breque das apps”, um novo desafio à chamada “economia de bico” no Brasil,  tem como objetivo denunciar o aumento da jornada, redução da remuneração e falta de direitos trabalhistas

Publicado: 01 Julho, 2020 - 15h39 | Última modificação: 01 Julho, 2020 - 15h43

Escrito por: Rogério Hilário

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Motoboys e entregadores de aplicativos delivery deflagararam nesta quarta-feira, 1º de julho, greve  em todo país. A categoria reivindica melhores condições de trabalho, seguro acidente e ganhos condizentes com o exercício. A mobilização, denominada “Breque dos apps”, um novo desafio à chamada “economia de bico” no Brasil,  tem como objetivo denunciar o aumento da jornada, redução da remuneração e falta de direitos trabalhistas.  Em Belo Horizonte, um ato foi realizado pela manhã na praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na Região Centro-Sul. Os grevistas saíram em caravana até a frente da Prefeitura (PBH). Depois, seguiram para Praça Sete.

Trabalhadoras e trabalhadores que paralisaram as atividades prestam serviços para empresas como iFood, Uber Eats, Rappi, Loggi e James. De acordo com eles, há falta de visibilidade para categoria e as condições de trabalho pioraram durante a pandemia de coronavírus. Além do risco de infecção, os trabalhadores relatam aumento de cadastrados, o que saturou, ainda mais, o setor. Eles se expõem à infecção e têm que arcar com todos os custos para a realização do serviço, sem qualquer tipo de proteção por parte das empresas dos aplicativos que, segundo trabalhadoras e trabalhadores, não oferecem sequer máscaras ou álcool gel.

A greve tomou conta de diversas capitais do país. Houve registros de paralisações também em São Paulo, Rio de Janeiro, São Luís, Distrito Federal, Goiânia, Florianópolis, Recife, Salvador, Campina Grande e Porto Alegre.

“Motoboy profissão perigo. Todo trabalhador tem seu valor”, dizia uma das uma das faixas estendidas pelos manifestantes em frente à ALMG. Além de ganharem pouco e se arriscarem em meio à pandemia, os trabalhadores não têm ajuda com questões básicas como: local para esperar as entregas, máscaras e álcool em gel.

A paralisação, que acontece em todo o país, também conta com o apoio dos próprios usuários dos aplicativos de comida. As hashtags #BrequeDosApps e #GreveDosApps são os assuntos mais comentados do Twitter nesta quarta-feira.

Concentração

A concentração da manifestação aconteceu a partir das 8h30, e os participantes estavam desligados dos aplicativos e não aceitaram corridas enquanto o protesto durasse.

As hashtags levantadas no twitter fazem parte do apoio virtual feito à categoria. Internautas se mobilizam para ajudar os entregadores na paralisação e seguem orientações para participar da movimentação.

Os apoiadores do movimento dão avaliações ruins para os aplicativos de entrega de comida, suspenderam o uso deles durante esta quarta-feira (1º), compartilham fotos de comidas caseiras usando as hashtags e apagam os aplicativos.