Gestão Zema e Passanezi está fechando a base operacional Quarteirão 14 da Cemig
Na manhã de quarta-feira foi realizado ato no Q.14, na Cidade Industrial (Contagem) em defesa do patrimônio de eletricitárias e eletricitários e da população mineira
Publicado: 18 Maio, 2023 - 13h35 | Última modificação: 18 Maio, 2023 - 13h44
Escrito por: Sindieletro/MG | Editado por: Rogério Hilário
Trabalhadoras e trabalhadores denunciam que a proposta de venda da unidade Q.14 anda a passos largos e que a gestão da empresa não está considerando os prejuízos para os trabalhadores, para os processos de trabalho e para a própria empresa.
“Antecipação da privatização da Cemig” é o termo que utilizamos para tratar da implementação do modelo de gestão privada como tática ao projeto de privatização da Cemig e suas consequências. A gestão Zema está tomando medidas e antecipando ações que visam diminuir a estrutura da empresa para gerar mais lucro. Essa política está sendo denunciada nas companhias que foram privatizadas no Brasil e em diversos países de todo mundo, que têm reestatizado empresas sucateadas pelo modelo privado. A lógica é: o privado destrói, o estado recupera!
Desativação da usina termelétrica de Igarapé, fechamento da base operacional São Gabriel, fechamento de localidades em todo estado e extinção da equipe da RC/CL para repassar serviços à IBM são algumas das medidas desse tipo de modelo de gestão que não reconhece a importância e condição estratégica do setor elétrico para a sociedade e para o desenvolvimento do estado.
O fechamento da base operacional do Quarteirão 14 é mais um escândalo dessa gestão! Nessa base operacional, diversas equipes da Cemig Distribuição e Cemig Geração e transmissão realizam atividades relacionadas à manutenção de vários equipamentos, laboratórios de ensaios elétricos e aferição de equipamentos eletrônicos, além das equipes de campo e equipe de tratamento de óleo.
As denúncias apontam que algumas atividades serão externalizadas e outras remanejadas juntamente com os trabalhadores para outras instalações da empresa. Substituir mão de obra qualificada por serviço mais precário e mais caro não se justifica. É isso mesmo! Relatos dos trabalhadores apontam, por exemplo, que o setor de tratamento de óleo tem capacidade de tratar 500 mil litros de óleo/ano e condições de ampliação para tratamento de 1 milhão de litros de óleo/ano. O litro de óleo tratado pelos trabalhadores do Q.14 tem custo de 3 reais, esse mesmo tratamento feito por outra empresa tem custo aproximado de 10 reais; já o litro de óleo novo custa cerca de 34 reais.
Segundo informações, a venda ainda não foi realizada porque o valor da prestação de serviços fora da Cemig estava muito acima do praticado pela própria empresa, e não existia no mercado trabalhadores com a mesma capacitação técnica, se comparado ao quadro de trabalhadores da Cemig. Outro trabalhador narrou que o gerente, alguns anos atrás, informou que o estudo de geração de receita do Q.14, cerca de 40 milhões/ano, estava bem acima do custo das atividades, indicando que esse setor tem superávit na relação receita/despesas.
O Sindieletro está tomando as devidas providências e vai lutar contra mais essa medida irresponsável dessa gestão.
No dia 17 de maio realizamos um ato na portaria do Q.14.
Cemig: esse “trem” é nosso!