Gleisi diz que decisão do presidente do TRF4 é mais um golpe do Judiciário
Para presidenta do PT, Judiciário brasileiro insiste na perseguição ao ex-presidente Lula. "É uma afronta à democracia, ao Estado Democrático de Direito e ao ex-presidente Lula", disse Gleisi
Publicado: 09 Julho, 2018 - 11h14 | Última modificação: 09 Julho, 2018 - 11h19
Escrito por: Tatiana Melim, Marize Muniz e Vanilda Oliveira
Em coletiva de imprensa no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, criticou o que chamou de mais um golpe por parte do Judiciário brasileiro que insiste na perseguição jurídica ao Lula, mantido como preso político na sede da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba desde o dia 7 de abril.
"Isso é uma afronta à democracia, ao Estado Democrático de Direito, ao direito do ex-presidente Lula. Isso com certeza causa uma instabilidade às instituições do País. Não conseguimos entender por que esse afã de deixar Lula preso", criticou a senadora depois da decisão do presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), Carlos Eduardo Thompson Flores, de manter Lula preso apesar de o desembargador Rogério Favreto ter determinado a soltura em três despachos dados neste domingo (8).
Antes de Thompson Flores se dirigir à sede do TRF4 para analisar o recurso do Ministério Público Federal contra a soltura, Sérgio Moro, juiz de primeira instância, e o desembargador João Pedro Gebran Neto haviam tomado decisões contrárias à libertação de Lula.
"Por que não soltá-lo? Qual o medo dessa gente? Qual risco oferece Lula ao sistema? É eleitoral?", continuou questionando a presidenta do PT, reforçando que é absolutamente ilegal e inconstitucional a perseguição jurídica que sofre o ex-presidente Lula.
"Qual foi a ação que fez com que esses magistrados pudessem decidir de forma diferente? Mudou o processo judicial brasileiro?", questionou Gleisi, se referindo à legítima decisão proferida mais cedo pelo desembargador Favreto e que não foi cumprida a tempo devido à morosidade da Polícia Federal, que fez de tudo para não liberar Lula e dar tempo para que as manobras operadas por Moro e Gebran Neto fossem concretizadas.
"É vergonhosa a decisão do TRF4. E mais vergonhosa ainda foi a atuação da PF, com a morosidade desde às 9h30 da manhã para cumprir decisão judicial. A PF é um órgão executivo, ela tem de cumprir decisão e não se submeter a manobras, como foi feito", criticou.
Às 20h15, Gleisi Hoffmann foi ao caminhão de som, ao lado do sindicato, e falou com a militância sobre a decisão “absurda e ilegal” e explicou todas as manobras que ocorreram durante este domingo. A senadora criticou o ministro Raul Jungmann, o Judiciário, “essa vergonha do Brasil, a Globo, e essa gente que nunca pisou no chão de uma periferia”.
"Ficou claro que eles fazem manobras o tempo todo e dão golpes para manterem Lula preso. O medo deles é Lula ser eleito?", questionou Gleisi, que logo respondeu: "Lula será eleito mesmo preso, que eles saibam disso. Luiz Inácio Lula da Silva, o próximo presidente do Brasil."
Após as falas, aos poucos, as pessoas começaram a deixar as ruas próximas ao sindicato, mas, após experimentarem a sensação boa de imaginar que iriam rever o ex-presidente, a certeza que fica é que este domingo mexeu e vai mexer com todos que querem Lula Livre.