Luta contra a reforma da Previdência continua
Trabalhadoras e trabalhadores seguirão nas ruas para combater a pauta de retirada de direitos do governo Bolsonaro
Publicado: 15 Julho, 2019 - 11h53 | Última modificação: 15 Julho, 2019 - 17h25
Escrito por: Rogério Hilário, com informações da CNTE, do Sind-UTE e do Sitraemg
Mais de 50 mil pessoas foram às ruas em Brasília, em manifestação na Esplanada nos Ministérios, em protesto contra a reforma da Previdência. E outros milhares participaram de manifestações em todo o Brasil. Em Belo Horizonte, um ato unificado das centrais sindicais e movimentos sociais foi realizado na Praça Afonso Arinos. Todos reiteraram que a luta contra a reforma da Previdência e toda pauta de retirada de direitos do governo continua.
E o indicador de que a resistência da população está surtindo efeito é que, depois da aprovação do texto-base da PEC 6/2019 no plenário da Câmara, em primeiro turno, houve recuo do ímpeto governista com a aprovação de alguns destaques que minimizam as perdas para a aposentadoria em alguns pontos da proposta original.
Os manifestantes voltaram a criticar o argumento falacioso do governo de que sua meta, com a reforma previdenciária, é garantir uma economia de mais de R$ 1 trilhão em 10 anos. “Nada disso. A reforma é para transferir dinheiro da aposentadoria dos trabalhadores para os banqueiros”, denunciaram.
Outro fato bastante condenado pelos participantes foi a decisão do governo de liberar mais de R$ 6 bilhões em emendas parlamentares às vésperas da votação da proposta em plenário, no primeiro turno. “Deputados se vendem dizendo que os recursos das emendas são para estados e municípios. Grande parte vai para os bolsos deles”, atacou outro manifestante.
Em outra fala, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect-MG), Robson Gomes da Silva, repudiou que o atual governo esteja tomando medidas verdadeiramente ditatoriais contra o povo brasileiro. A única forma de combater essas políticas arbitrárias, propôs, é deflagrando uma greve geral por tempo indeterminado, “para quebrar a espinha dorsal do governo”.
Além do ato nacional em Brasília, contra o fim da aposentadoria, pela valorização da educação e por Emprego, que será realizado em conjunto com a União Nacional dos Estudantes (UNE), as centrais orientam trabalhadores e trabalhadoras a se mobilizaram também em seus Estados e cidades, coletando assinaturas para o abaixo-assinado contra a reforma da Previdência, que será entregue ao Congresso Nacional no dia 13 de agosto.
Greve na educação
Os profissionais da educação de todo o país vão paralisar as atividades em 13 de agosto contra os retrocessos das políticas do governo de Jair Bolsonaro (PSL). Entre elas, a “reforma” da Previdência, os cortes orçamentários no setor e os ataques à democracia. A agenda é uma das deliberações da 9ª Conferência Nacional de Educação Paulo Freire – Educação Libertária e Democrática: construindo o movimento pedagógico Latino-Americano, realizada neste final de semana em Curitiba. O evento foi promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
Em reunião do Conselho Geral, realizada no último dia 6 de julho, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) atendeu à convocação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e também convocou a categoria para, em 13 de agosto, fazer o Dia estadual de paralisação do funcionalismo público, dia também de luta contra a Reforma e em defesa da Previdência Pública. Somado a isso, a direção está em construção com os sindicatos que representam os demais setores dos/as funcionários/as públicos/as para a Greve Geral Estadual de todo o funcionalismo público mineiro e das redes municipais filiadas ao Sind-UTE/MG contra a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal. É momento de demonstrar a capacidade de mobilização e luta, e dar uma resposta ao projeto do governador Zema que aponta o sacrifício do funcionalismo e todo povo mineiro como única saída para a crise fiscal.