Luta em Defesa da Democracia e por Eleições Livres ocupa as ruas de BH
Manifestações unem movimentos sindical e sociais, lideranças políticas e diversos setores da sociedade contra a tentativa de ruptura do estado democrático de direito
Publicado: 12 Agosto, 2022 - 12h00
Escrito por: Rogério Hilário | Editado por: Rogério Hilário
Os mineiros abraçaram na quarta-feira, 11 de agosto, a luta em Defesa da Democracia e por Eleições Livres que fez ecoar os gritos “Bolsonaro sai Democracia fica”, “Fora Bolsonaro e leva o Zema junto” e “Estado de direito, sempre” contra mais uma tentativa de golpe. Em Belo Horizonte, os diversos setores da sociedade se uniram em mobilizações durante todo o dia. Pela manhã, aconteceu, no Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG), Ato das Mulheres pela Democracia, com leitura da “Carta às brasileiras e brasileiros em defesa do estado democrático de direito”, que já conta com a adesão de mais de 1 milhão de assinaturas; e manifestações na Tenda da Democracia, na Praça 7, Região Central da capital mineira.
No final da tarde, com ainda mais diversidade e representatividade, a Central Única dos Trabalhadores (CUT/MG), CTB e demais centrais, que representam mais de 60 milhões de trabalhadoras e trabalhadores no país; movimentos sociais, populares e estudantis e lideranças políticas participaram de um grande ato. A gravidade da conjuntura política do Brasil fez com as divergências e diferenças fossem transcendidas para a união em torno das duas bandeiras e contra as tentativas de retrocesso. A concentração aconteceu na Praça Afonso Arinos, ao lado da Faculdade de Direito da UFMG, um dos marcos históricos das lutas pela democracia no Estado, seguida de marcha até a Praça 7, onde o processo foi encerrado.
“Este foi um dia histórico em todo Brasil. Com manifestações em todo o país, reunindo tanto a classe trabalhadora, como patronal, movimentos sociais. Foram vários movimentos em defesa da democracia. Algo que a gente achava que nunca seria atacado. Mas que está sendo atacado pelo golpista Bolsonaro, na tentativa de inviabilizar as eleições em outubro, na percepção de que ele vai perder as eleições se for respeitado o processo democrático. Defesa do sistema eleitoral brasileiro, da democracia, da liberdade, da diversidade que tem hoje no Brasil. E contra violência que está muito crescente por aí. E, inclusive durante a manifestação, foi registrado o ato de violência. Foi um dia histórico para brasileiras e brasileiros e que em outubro tenhamos uma eleição tranquila e que vença quem tiver que vencer”, disse o presidente da CUT/MG, Jairo Nogueira Filho.
“Só temos uma alternativa contra este desgoverno: a eleição de Lula. Não há outra solução para o país. O Zema, que é um reflexo das políticas genocidas de Bolsonaro, também precisa ser derrotado. Não podemos, também, deixar de votar em candidatas e candidatos comprometidos com a luta da classe trabalhadora, com as pautas dos movimentos sociais. Lula e Kalil precisam ter uma base forte no Congresso e na Assembleia Legislativa”, disse Denise de Paula Romano, coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG).
“Essa política misógina e machista deste governo me colocou na alça de mira. Um assessor parlamentar de um vereador de Mário Campos publicou nas redes sociais ameaças a mim. Quando reagi disseram que a culpa era da polarização. Não nos venham com este discurso de polarização. As mulheres no país de Bolsonaro são alvo. Um sujeito dizer que eu mereço um 38 carregado e não a Lei Maria da Penha não pode ser algo banalizado. Desde que começou este ciclo fascistas estamos sendo alvo desta política de morte. Recebi muitos abraços e manifestações de solidariedade, que repasso a todas as mulheres. Vamos interromper este ciclo fascista. Eleger Lula é fundamental, eleger parlamentares progressistas, também. Não deputados que mandam a gente estudar, calar a boca, que falam das cores da nossa roupa e do batom. Somos donas de nossos corpos, nossas vidas, nossa voz. Temos também que derrotar o Zema que, se for reeleito, não teremos serras, educação, saúde, Cemig, Copasa”, afirmou a deputada estadual Beatriz Cerqueira.
“Estamos alerta e de olho para garantir o processo democrático no Brasil. O manifesto em defesa da democracia foi lido hoje em todos os recantos do país, inclusive na frente de bolsonaristas. |E está fazendo com que muita gente reflita sobre a gravidade deste momento. Em Minas Gerais, temos uma alma gêmea de Bolsonaro. Uma ameaça à Cemig, aos petroleiros, à Copasa, a professoras e professores, que apela à Justiça para não pagar o piso salarial. Fora Bolsonaro e leva o Zema junto”, disse o deputado federal Rogério Correia.