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MAB recebe Dilma Rousseff em debate sobre a conjuntura brasileira

Atividade é realizada na Escola Sindical 7 de Outubro, em Belo Horizonte

Publicado: 05 Julho, 2018 - 16h52 | Última modificação: 05 Julho, 2018 - 16h56

Escrito por: Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

MAB
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Na manhã desta quinta-feira (5), Dilma Rousseff (PT/MG) foi recebida pela Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos  por Barragens (MAB), em debate de conjuntura nacional, internacional e estratégia do movimento realizado  na Escola Sindical 7 de Outubro, no Barreiro, em Belo Horizonte.

Dilma, presidenta legitimamente eleita em 2014 e vítima de um golpe institucional em 2016, fez uma análise crítica de como o Capital tem agido em todo o mundo, principalmente na América Latina, para superar a crise financeira pela qual vem passando.

A Petrobrás, com o Pré-Sal, toda a estrutura do setor elétrico, o controle das termoelétricas e três bancos públicos, inclusive o BNDES com fundos maiores que o próprio Banco Mundial, aliados aos avanços dos governos do Partido dos Trabalhadores (PT) para mudar o cenário de concentração de riqueza no país, foram fundamentais para colocar o Brasil no alvo do Capital internacional.

A partir de junho de 2016, com a concretização do Golpe, atuação do Capital sobre o Brasil foi de desmonte de toda essa rede de garantias de autonomia e soberania brasileira. No entanto, Dilma aponta que apesar das perdas, há também importantes derrotas do Capital e golpistas. 

“A grande derrota deles é política. A primeira é na narrativa de foi constituído um Golpe no Brasil. Nós colocamos essa mensagem e hoje não tem ninguém que não saiba dessa discussão no país. Eles não foram validados em eleições, e com o clima de Golpe portanto cada votação naquele parlamento, produzida pelo legislativo é ilegal, inconstitucional”, analisa.

As ações tomadas pelo paramento desde 2016 contribuíram para esclarecer que os verdadeiros alvos do Golpe são os trabalhadores brasileiros, seus direitos e riquezas, com a aprovação da Reforma Trabalhista, venda de ativos de estatais para estrangeiros, redução em investimentos sociais e outras.

A atual candidata ao Senado por Minas Gerais complementa que outra importante derrota dos golpistas é a desconstrução da confiança na Lava Jato. “Durante os governos de Lula e meu, nós criamos todas as condições para investigar, mas só nós éramos investigados”, relembra. No entanto, a economista afirma que a sequência de investigações infundadas e principalmente após a investigação e prisão do presidente Lula sem fundamentos, não houve como esconder o caráter discriminatório que havia tomado conta da Lava Jato.

 Retomar o controle exige força social, unidade e luta

A presidenta Dilma reafirma seu compromisso com a eleição de Lula no processo eleitoral deste ano. “Mantemos o Lula no pleito destas eleições por que temos que chegar cada dia mais perto da urna, quanto mais próximos da urna estivermos, mais a questão da democracia vai estar clara, patente. Daí a importância do Lula Livre, e com a eleição ganha vamos construir as condições para mudar o Brasil. Tem que ter um referendo revogatório de todas as ações realizadas durante o governo golpista, e depois uma constituinte”, determina.

A tarefa para os próximos meses é eleger Lula presidente, mas eleger também um bom Congresso com deputados e senadores comprometidos. É fundamental, portanto, estreitar a relação entre o povo brasileiro e o debate político, tendo como principais atores os movimentos sociais. “A disputa tem que ser na rua e em todo lugar. Mas a luta de Lula é pra dentro das urnas, e temos que fazer isso com condução de ampliação do espaço democrático no país. Vivemos na era dos movimentos sociais, que são de fato o elo decisivo para romper essa corrente”, convoca.