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Mais de 3 milhões vão às ruas em todo o país contra os cortes na educação

Estudantes, educadores, movimentos sindical e sociais se unem em defesa da educação pública de qualidade e contra a reforma da Previdência

Publicado: 17 Maio, 2019 - 11h45 | Última modificação: 17 Maio, 2019 - 12h08

Escrito por: CNTE

Sinpro-JF
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De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o protesto de quarta-feria, 15 de maio, Dia Nacional de Greve da Educação, mobilizou mais de 3 milhões de pessoas em todo o país.

Duas pautas uniram os milhões de brasileiros na gigantesca manifestação. No início de abril, a CNTE havia convocado a paralisação dos educadores, em defesa do direito à aposentadoria, para 15 de maio. A reforma, apresentada pelo governo, desmonta a Previdência. Além de ampliar idade e tempo mínimo de contribuição e diminuir o valor da aposentadoria, a proposta também inclui absurdos como a redução do Benefício de Prestação Continuada (BPC), destinado aos idosos pobres, de um salário mínimo para R$ 400.

Além  disso, o governo tem a intenção de alterar o atual modelo da Previdência para a capitalização, experiência mal sucedida que condenou os aposentados no Chile a receberem metade de um salário mínimo. Na capitalização, a contribuição dos patrões e do Estado para a aposentadoria do trabalhador é eliminada. O trabalhador só contará com o recurso de uma poupança individual.

Para agravar ainda mais a situação, no final de abril, o governo anunciou um vexaminoso corte de verbas que alcançou da educação infantil à pós-graduação. Nesse período, o ministro da Educação ofereceu várias demonstrações de desapreço pelos professores, pelas ciências, pelo pensamento e pelas opiniões divergentes.

Milhares vão às ruas em Juiz de Fora

Não foi diferente em Juiz de Fora. O protesto já é considerado uma dos maiores na história da cidade. Milhares de professores, estudantes, pais, trabalhadores da educação e de outras categorias concentraram-se no Parque Halfeld, às 16h. Após uma aula pública, os manifestantes seguiram em passeata pelas ruas centrais, passando pela Avenida Rio Branco, Rua Floriano Peixoto, Avenida Getúlio Vargas e Rua Halfeld, encerrando o ato na Praça da Estação, por volta das 22h.

A Greve Nacional reuniu professores das redes federal, estadual, municipal e particular. O Sinpro-JF convocou os trabalhadores a suspenderem as atividades durante o dia e a participarem das assembleias e do ato público.

A valentia dos professores da Rede Particular, que também fizeram paralisação contra a proposta de reforma da Previdência de Michel Temer em 2017, emocionou quem esteve presente na assembleia, realizada na parte da manhã. Os trabalhadores, oriundos de diferentes instituições de ensino, deliberaram por uma caminhada até o Colégio dos Jesuítas, em mensagem de apoio aos colegas e de união em defesa dos direitos dos trabalhadores.

Na Rede Municipal, a paralisação contou com 95% de adesão dos educadores. A assembleia lotada, após informes sobre o andamento da Campanha Salarial 2019, saiu do hotel Ritz em direção ao Parque Halfeld.

A coordenadora geral do Sinpro-JF Cida Oliveira em sua fala, durante o ato no Parque Halfeld, ressaltou a importância da participação dos educadores das redes Municipal e Particular: “corajosos, fizeram o enfrentamento e deram a resposta ao governo nas ruas”. Cida também reforçou que os trabalhadores já começaram a se mobilizar pela construção da Greve Geral contra o desmonte da Previdência, marcada para 14 de junho.