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Metroviárias e metroviários dialogam com a população sobre efeitos da privatização

Categoria, em greve desde o dia 14, luta pelo emprego de 1.600 concursados, contra venda da CBTU-MG para a empresa Comporte e cobram abertura de negociação com o governo federal

Publicado: 24 Fevereiro, 2023 - 15h56 | Última modificação: 24 Fevereiro, 2023 - 16h20

Escrito por: Rogério Hilário, com informações do jornal Hoje em Dia e do Sindimetro/MG | Editado por: Rogério Hilário

Sindimetro/MG
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Metroviárias e metroviários protestaram em frente ao pátio de manutenção do Metrô de Belo Horizonte, no bairro São Gabriel, na região Nordeste da capital, na manhã desta sexta-feira, 24 de fevereiro. A categoria cobra garantias de que os mais de 1,6 mil trabalhadoras e trabalhadores concursados da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU-MG) vão ter seus empregos mantidos mesmo após o processo de privatização.

Seguindo um carro de som da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) e com diversas faixas cobrando atitudes de políticos em favor da categoria, os manifestantes seguiram até a Estação 1º de Maio.

O Metrô de Belo Horizonte segue 100% paralisado. A greve começou no dia 14 de fevereiro. Às 10 horas deste sábado, 25 de fevereiro, na Estação Central, a categoria participará de nova assembleia para definir os encaminhamentos para o movimento. Segundo Alda Lúcia Fernandes dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Metroviários e Conexos (Sindimetro/MG), a manifestação desta sexta-feira teve como objetivo chamar a atenção do governo federal sobre a situação de metroviárias e metroviários de Belo

“Paralisamos as atividades por dois motivos. Primeiro é pelos 1.600 empregados que estão sofrendo com a ameaça de demissão. E também lutamos pela não privatização do Metrô. O transporte tem que ser público, como estabelece a Constituição. Queremos que a passagem volte a ser R$ 1,80, como era antigamente, quando 250 mil pessoas usavam o Metrô. A R$ 4,50, o número de usuários não chega a 100 mil. Com a Comporte, a tarifa vai aumentar todo ano e a obra de ampliação pode levar 30 anos. Pedimos aos usuários que venham se somar a esta luta, para juntos pedirmos ao presidente Lula que mantenha o Metrô público e os 1.600 empregos. Estamos há dez dias de greve e nenhuma mesa de negociação foi oficializada. Queremos uma resposta do governo federal porque a CBTU-MG não é uma empresa estadual, é uma empresa federal”, disse

Alda Santos disse que representantes da categoria estarão em Brasília, na próxima segunda-feira, 27 de fevereiro, para tentar se encontrar com o presidente Lula (PT) e cobrar uma solução que encerre o impasse que provocou a paralisação. Lula prometeu que o Metrô de BH não seria privatizado.

Discussão

Em dezembro do ano passado, o Metrô de BH foi privatizado em leilão realizado em São Paulo. O grupo Comporte Participações S.A. venceu a disputa. Após a privatização, metroviárias e metroviários optaram por entrar em greve na última semana. O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-3) determinou que servidoras e servidores mantenham escala mínima de 70% no funcionamento do serviço. A categoria optou por fazer a paralisação total.

O Grupo Comporte – que reúne empresas de transporte rodoviário e urbano de passageiros, cargas e turismos – venceu o leilão de concessão realizado em 22 de dezembro na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), com lance único de R$ 25,75 milhões. 

Metroviárias e metroviários reclamam que não foram ouvidos durante o processo de elaboração do edital de concessão do serviço em BH e temem a falta de estabilidade após a desestatização.