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“Minas não está à venda”, diz dirigente do Sind-UTE no ato regional em Ipatinga

Educadoras e educadores dos vales do Aço, Mucuri e Rio Doce exigem pagamento do Piso Salarial da categoria, rechaçam aumento do Ipsemg e ataques contra a educação pública estadual

Publicado: 14 Maio, 2024 - 10h52

Escrito por: Sind-UTE/MG | Editado por: Rogério Hilário

Sind-UTE/MG
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IPATINGA – Trabalhadores e trabalhadoras do ensino da rede estadual de Minas Gerais se reuniram nesta terça-feira, 14 de maio, em Ipatinga onde realizaram mais um ato contra as políticas do governo Zema para o setor e em defesa da educação. O movimento reuniu representantes da categoria no Vale do Aço, Vale do Mucuri e Vale do Rio Doce. Após o ato público realizado na Praça da Bíblia, no centro da Cidade, a caravana de manifestantes saiu em passeata percorrendo a avenida 28 de Abril.

Diálogo social

A coordenadora da Subsede do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) em Ipatinga, Cíntia Rodrigues, destacou a importância do ato para revelar à sociedade a realidade das escolas estaduais. “As famílias não sabem que as pessoas que fazem a merenda de seus filhos ganham menos de um salário mínimo. Hoje um professor para sobreviver tem que trabalhar em duas, três escolas para ter um salário digno, um salário com o qual consiga pagar as contas e viver com um pouquinho de dignidade”.

Ato eloquente

Cíntia destacou a participação de cidades dos vales do Aço, Mucuri, Rio Doce na jornada de hoje. “Foi um ato envolvendo a educação, com a participação dos movimentos sociais, como o Movimento dos Atingidos por Barragens, que encheu as ruas de Ipatinga. Foi um ato bem eloquente que cumpriu seu objetivo de denunciar para a sociedade que a educação que Romeu Zema propagandeia não é a realidade que nós vivemos nas escolas. O governador que aplicou um reajuste de 300% no próprio salário é o mesmo que tira a metade do pagamento do servidor da educação todos os meses”, comparou.
A coordenadora do Departamento de Comunicação do Sind-UTE/MG, Marcelle Amador, lembrou durante o ato que o reajuste de 3,62% proposto pelo governo não repõe sequer as perdas inflacionárias. Ela sublinhou ainda que tramita na Assembleia Legislativa outra iniciativa do governo que aumenta a contribuição previdência ao Ipsemg. “Que reajuste é este, então, de 3,62%, acompanhado de aumento do Ipsemg? Ou seja, não teremos nenhum reajuste”, questiona a dirigente do Sind-UTE.

Ela criticou o fato de Zema tentar aplicar no serviço público a mesma lógica da iniciativa privada. “Ele é um dono de loja, que já mostrou a que veio, já disse e já provou para quem ele governa: ele governa para os grandes empresários de Minas Gerais. Ele quer vender Minas Gerais e nós estamos no pacote. Mas, temos que deixar claro e avisar a Zema que Minas não está à venda”, arrematou.

Mudanças no Ipsemg

O Projeto de lei do governo estadual para alterar as normas e valores de contribuição para o Ipsemg, pode resultar em um aumento significativo nas tarifas para os usuários. Se aprovado, o projeto aumentará as tarifas em até 81,8%, elevando o valor mínimo de R$ 33,00 para R$ 60,00 e o máximo de R$ 275,15 para R$ 500,00. Além disso, está prevista a introdução de uma taxa adicional de 1,2% para usuários com 59 anos ou mais e o fim das isenções para dependentes menores de 21 anos.

Segundo o Sind-UTE, essa proposta se soma a uma série de medidas que vêm sendo adotadas pelo governo estadual que têm impactado negativamente as condições de trabalho e remuneração dos servidores públicos mineiros.
O Sindicato relata ainda incursões do governo Zema no sentido de privatizar importantes instituições públicas do Estado, como a Copasa e a Universidade Estadual de Minas Gerais

Mais atos e paralisações

Além do ato de hoje em Ipatinga o Sind-UTE/MG organiza outras manifestações em todo Estado, com paralisações regionais previstas para ocorrer nos dias 17, 20 e 24 de maio.