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Morre João Paulo Cunha, jornalista, escritor e colunista do Brasil de Fato MG

Sempre buscou defender em seus textos a necessidade de praticar um jornalismo reflexivo e crítico, sem deixar de lado a boa informação. Para ele, o jornalismo era um instrumento de cidadania

Publicado: 09 Setembro, 2022 - 16h57 | Última modificação: 14 Setembro, 2022 - 13h03

Escrito por: Rogério Hilário, com informações do SJPMG e do jornal O Tempo | Editado por: Rogério Hilário

Brasil de Fato MG
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Faleceu nesta sexta-feira, 9 de setembro, aos 63 anos, após complicações de quadro de câncer de estômago, um dos jornalistas mais brilhantes e queridos da imprensa mineira, João Paulo Pinto da Cunha. Ele vai ser velado neste sábado (10), no Cemitério da Colina, em horário ainda a ser definido. João Paulo deixa a esposa Cibele, a filha Joana Tavares, também jornalista, e a netinha Antônio, além de uma saudade imensa em seus amigos e profissionais da comunicação que atuaram ao lado dele.

João Paulo era colunista do jornal “Brasil de Fato MG”. Também foi diretor da Rádio Inconfidência e Rede Minas, editor de Cultura por 18 anos do jornal “Estado de Minas”, presidente do Instituto Cultural BDMG e diretor da Casa do Jornalista. Era extremamente culto, gentil, leitor voraz, corajoso e muito tímido. Andava sempre de calça jeans e camiseta branca.

João Paulo da Cunha nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 17 de maio de 1959.  Ele se formou em Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde também concluiu os cursos de Psicologia, Pedagogia e Filosofia. A carreira jornalística se iniciou em 1989, quando atuou como assessor de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde. Em 1996, João Paulo passou a integrar a equipe do jornal “Estado de Minas”, atuando como subeditor do caderno Gerais. Posteriormente, foi promovido a editor de Cultura e do suplemento Pensar. Ele ocupou os dois cargos até pedir demissão em dezembro de 2014.

Em 2009, publicou o livro “Elomar – O Cantador do Rio Gavião”, uma obra que conta a vida do cantor Elomar, que acompanhou a caixa com as partituras do cancioneiro do compositor. Também é autor de “Em busca do tempo presente”, lançado em 2011 pela editora Comunicação de Fato. Esse último é uma seleção dos melhores ensaios publicados pelo jornalista aos sábados, no suplemento Pensar.

João Paulo também atuou como pesquisador da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais e foi professor da PUC Minas e do Centro Universitário Newton Paiva nas áreas de psicologia, ética e sociologia. 

Sempre buscou defender em seus textos a necessidade de praticar um jornalismo reflexivo e crítico, sem deixar de lado a boa informação. Para ele, o jornalismo era um instrumento de cidadania. Pediu demissão do “Estado de Minas”, em 2014, por não concordar com a censura imposta a um texto seu, contrário à linha política adotada pelo jornal, à época francamente favorável ao então candidato à Presidência da República, Aécio Neves, do PSDB. Deixou a redação sob aplausos. No dia seguinte, em homenagem a ele, todos os repórteres foram trabalhar de camiseta branca.

Vá em paz João Paulo, que seguiremos aqui, em seu nome, defendendo o jornalismo e a comunicação pública.