Nota de esclarecimento sobre acidente do maquinista do Metrô
Várias notícias foram veiculadas pela imprensa sobre a morte do maquinista e companheiro Martinho Domingos Valente Alberte, em acidente no dia 4 de novembro
Publicado: 12 Novembro, 2010 - 09h20
Escrito por: CUT, Sindimetro, Conlutas e PSTU
Várias notícias foram veiculadas pela imprensa, sobre o acidente fatal ocorrido no último dia 4 de novembro, próximo a estação de Eldorado, onde faleceu o maquinista e companheiro Martinho Domingos Valente Alberte. As notícias que foram divulgadas pela CBTU, deixam muitas dúvidas sobre as causas do acidente, por isso essa Entidade Sindical vem a público esclarecer melhor os fatos.
Martinho ingressou na categoria metroviária como maquinista em 2002 e de lá para cá, sempre cumpriu com sua obrigação, não tendo nada que o desabone perante os colegas de trabalho e a própria chefia.
Às 19h34, Martinho recolheu um trem no pátio de manobra de Eldorado e direcionava-se para a Estação de Eldorado para continuar sua jornada de trabalho (que encerraria às 23 horas), ainda tinha mais uma viagem a fazer (e não o que foi divulgado - que ele já havia encerrado a sua jornada de trabalho).
A CBTU mantinha um veículo que fazia a linha Oficina de Eldorado à estação e esse transporte atendia aos maquinistas que recolhiam os trens naquele local, entretanto, o mesmo foi retirado aproximadamente há 10 anos, após a desativação da oficina de Eldorado que foi transferida para o pátio de São Gabriel. Os maquinistas foram então obrigados a retornar para estação dando continuidade sua jornada de trabalho pela via e a transpor (atravessar) a linha do trem.
Na segunda-feira, após o acidente, a Empresa retornou com esse transporte para atender aos maquinistas. Havia chovido naquele dia e esse local não oferece qualquer condição de segurança, há uma mina d’água, não tem iluminação, pavimentação e ao lado da linha está tomado pelo mato e lama, devido às últimas chuvas. Segundo a CBTU, esse era o local seguro para essa caminhada.
Outra informação equivocada dos jornais: A CBTU nunca teve UTI móvel para atender ninguém e sim uma simples ambulância para atendimento de mal súbito de funcionários ou usuários do metrô. Martinho era um ativista político, ligado ao PSTU e a CONLUTAS, sempre participou da luta pelos direitos e conquistas dos metroviários e todas as categoria por qual passou. Ingressou na direção do Sindicato e tomaria posse no dia 1º de dezembro. Perdemos um grande companheiro, um guerreiro que nunca fugiu da luta e sempre esteve presente nas mobilizações chamadas pelo Sindicato.
Faremos de seu acidente, uma bandeira para que isso não volte a acontecer nunca mais dentro do nosso sistema.
Companheiro Martinho, Presente! Companheiro Martinho, Presente! Companheiro Martinho, Presente!
Assinam: CUT, Conlutas e PSTU