Nota de repúdio a ataque racista à presidenta da Câmara Municipal de Guapé
Thiago Sávio Câmara, do PV, interrompeu uma fala da vereadora com as ofensas: "Para com esse discursinho de preta. Você é preta, mãe solteira."
Publicado: 06 Agosto, 2022 - 11h27 | Última modificação: 08 Agosto, 2022 - 12h11
Escrito por: CUT/MG | Editado por: Rogério Hilário
Câmara Municipal de Guapé
A Secretaria de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) repudia, com veemência, mais um ato de racismo contra mulheres negras na política em Minas Gerais. A presidenta da Câmara Municipal de Guapé, Elizabete Florêncio, do PT, foi atacada, durante uma sessão por Thiago Sávio Câmara, do PV. Ele interrompeu uma fala da vereadora com as ofensas: "Para com esse discursinho de preta, a senhora não gosta de branco, qual o seu problema contra o branco. Você é preta, mãe solteira, nunca te julguei por isso não”.
Absurdo maior é que o político preconceituoso, misógino e racista já tem três pedidos de cassação por quebra de decoro parlamentar e ainda permanece no cargo. Causa mais revolta é que a polícia abriu inquérito para investigar se ele cometeu um crime de injúria racial. Não há qualquer dúvida que ele é um criminoso.
Ora, o vídeo, exibido pela TV, é uma prova evidente, claríssima disso! Não há como argumentar contra fatos, imagens e áudios.
Elizabete Florêncio não é a primeira parlamentar negra de Minas Gerais vítimas de ataques racistas. A vereadora Dandara Tonantizin (PT), de Uberlândia, e a deputada estadual Andréa de Jesus, do PT, também foram desrespeitadas e ofendidas por serem mulheres e negras.
É inadmissível que as mulheres ainda sofram ataques desta natureza, ainda mais em um país em que, a própria reportagem enfatiza, oito milhões de lares são chefiados por mulheres negras. E, é bom lembrar, que o machismo, o preconceito e o racismo se tornaram constantes nestes tempos sombrios.
Vamos reagir sempre! E não vamos admitir que mais atos como estes aconteçam! sempre nos deparamos com homens machistas que querem nos invisibilizar e diminuir nossas falas nos espaços que ocupamos, com aprovação do povo que acredita na nossa imensa capacidade como mulheres!.
Punição, já.