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Nota de repúdio: declarações de Zema sobre atos terroristas envergonham mineiros

Publicado: 17 Janeiro, 2023 - 10h21

Escrito por: CUT/MG | Editado por: Rogério Hilário

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Romeu Zema (Novo) precisou apenas de alguns dias de governador reeleito para, do seu modo errático e ambíguo, deixar claro seu caráter repulsivo e de tentar se cacifar como herdeiro do legado perverso de Jair Bolsonaro.  Zema se elegeu na onda bolsonarista e se reelegeu da mesma forma, sem mostrar trabalho, apenas  criticando os adversários e se passando por "mineirinho".

Em entrevista a uma rádio do Rio Grande do Sul, ele condena os atos terroristas no Congresso, no Palácio do Planalto e no STF e, ao mesmo tempo, insinua – covardemente, talvez temendo processos, não afirma com convicção, como habitualmente faria seu mentor intelectual e político e outros menos favorecidos – que o vandalismo, durante a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro, aconteceu por omissão, vista grossa “intencional” ou “proposital” do próprio governo de Lula para se fazer de vítima. Diz que as investigações poderiam comprovar isso.

E, antes de fazer tal ilação irresponsável, faz alusão às ações predatórias como sendo semelhantes a manifestações da esquerda. Cita um caso para justificar seu ponto de vista míope. Como se, sem querer, mas querendo, colocasse em suspeição se os protagonistas da barbárie não seriam “infiltrados”. Uma acusação seguramente mentirosa e de má fé. Finge, como é do seu feitio, desconhecer que, historicamente, quem tentou forjar atos terroristas para atribuí-los à esquerda foi a direita, sob o pretexto de conter a escalada do comunismo. Tudo de acordo com a narrativa de bolsonaristas, sejam radicais ou não, nas redes sociais.

Romeu Zema já defendeu outros bolsonaristas, como o ex-vereador e deputado federal Nikolas Ferreira, um disseminador contumaz do ódio e das fake news, que teve os posts nas redes sociais bloqueados pela Justiça. E considerou as medidas adotadas por Alexandre de Morais, ministro do STF, exageradas. Ou seja, atos golpistas e antidemocráticos são toleráveis no entender do governador de Minas Gerais. Ele deixou bem claro isso, quando se omitiu diante das manifestações de golpistas no Estado, principalmente em frente à 4ª Região Militar, na avenida Raja Gabablia. Durante mais de dois meses, bolsonaristas acamparam diante do quartel e só foram retirados, pela Guarda Municipal, após agredir um jornalista e, mesmo assim, sem contar com o apoio da Polícia Militar.

Zema, com suas declarações à rádio Gaúcha, alimenta a teoria da conspiração, algo de hábito para os fascistas derrotados na eleição presidencial.

É vergonhoso que um governador mineiro se preste a isso, buscar justificativa, de forma espúria e meio escamoteada, para a devastação das sedes dos três poderes culpando justamente o atual governo.  O povo mineiro não merece tal despropósito. Um gestor se apequenar ao fazer declarações que não se baseiam em qualquer comprovação, por tentar se auto-afirmar um opositor ao governo federal recém-empossado. Insinuações mal-intencionadas não cabem a um governador de um Estado com a grandeza de Minas Gerais.