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Nova diretoria da Petrobras pode encerrar a privatização da PBio

A Petrobras Biocombustível é fundamental para a transição energética no Brasil. Sindipetro/MG anseia que a nova gestão retome o diálogo com a categoria e realinhe a empresa aos seus compromissos sociais

Publicado: 29 Janeiro, 2023 - 17h48 | Última modificação: 29 Janeiro, 2023 - 17h57

Escrito por: Sindipetro/MG | Editado por: Rogério Hilário

Sindipetro/MG
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De acordo com notícias publicadas pelo portal Click Petróleo e Gás e o jornal “Estado de São Paulo”, fontes próximas ao novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e ao Governo Federal, informaram que a estatal deve cancelar o processo de privatização da Petrobras Biocombustível (PBio). Jean Paul Prates se tornou presidente da Petrobrás nesta quinta-feira (26), após aprovação unânime do Conselho de Administração da empresa.

Uma das maiores empresas de biocombustível do país, a Petrobras Biocombustível possui três unidades espalhadas localizadas em Minas Gerais, Bahia e Ceará. Juntas, elas possuem capacidade produtiva de 580 mil m³/ano. Porém, além da falta de investimento a qual as unidades citadas estavam submetidas, a unidade cearense está atualmente em estado de hibernação.

Em 2020, sob comando de Jair Bolsonaro (PL) e Paulo Guedes, a Petrobras anunciou a fase vinculante do processo de venda da PBio. O desinvestimento no “braço verde” da Petrobras fazia parte de um pacote de maldades do Governo Federal, que incentivava a destruição do meio ambiente a partir da negação do aquecimento global, do incentivo ao uso indiscriminado de agrotóxicos e pela recusa de fortalecer o projeto de transição energética brasileiro.

O Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG) anseia que a nova gestão da Petrobras retome o diálogo com a categoria e realinhe a empresa aos seus compromissos sociais com o povo brasileiro. Esse realinhamento passa por retomar uma política de valorização dos trabalhadores e o fim do sucateamento das unidades da empresa; o fim da política de Preço de Paridade Internacional (PPI) para os combustíveis; a redução no preço do gás de cozinha; e a retomada de políticas ambientais e de transição energética.

 

Luta da categoria foi essencial para defender PBio

Em 20 de maio de 2021, a categoria petroleira da Petrobras Biocombustível iniciou uma greve que ficaria marcada em nossa história. A luta em defesa dos empregos, da usina e da agricultura familiar contou com adesão massiva dos trabalhadores e supervisores da Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro (PBio), em Montes Claros/MG, da Usina de Candeias, na Bahia, e também dos trabalhadores da sede no Rio de Janeiro.

Durante toda a greve, a categoria petroleira conquistou o apoio de movimentos populares, de parlamentares e demais entidades civis. Esse foi um movimento importante para reforçar a relevância dos investimentos em biocombustíveis e em uma nova matriz energética, assim como no papel da Petrobrás na redução das desigualdades regionais e no desenvolvimento do país.

Modelo energético e desenvolvimento

A Petrobras Biocombustível (PBio) é fundamental para a transição energética no Brasil. Como uma empresa estatal, a Petrobras tem a responsabilidade de contribuir para o desenvolvimento de novas tecnologias e fontes de energia mais sustentáveis. A empresa é um exemplo disso, com a produção de biocombustíveis que são uma alternativa mais limpa e ecológica aos combustíveis fósseis tradicionais.

Além disso, a PBio tem um impacto positivo no desenvolvimento regional, com a geração de empregos diretos e indiretos e a compra de produtos da agricultura familiar. A venda da PBio representaria uma saída da Petrobrás desta discussão sobre transição energética e desenvolvimento regional, deixando a produção de biocombustíveis inteiramente nas mãos do setor privado, que pode não ter a mesma preocupação com o futuro e o meio ambiente.