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O sacrifício é só para trabalhadoras e trabalhadores?

Sindieletro foi informado pela sobre novas medidas: imposição de férias e uso do banco de horas. Se fala em impactos financeiros, perguntamos: e os acionistas, também farão a sua parte de sacrifício?

Publicado: 31 Março, 2020 - 16h19

Escrito por: Sindieletro-MG

Sindieletro-MG
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O Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG) está tratando com o gerente de   Relações Trabalhistas e Internas (RH/RT), Brunno Viana, de todas as medidas tomadas e também de todas as medidas necessárias a serem definidas para a prevenção dos trabalhadores e trabalhadoras ao coronavírus. Assim, no dia 29, domingo, a direção do Sindieletro foi informada pelo gerente sobre o comunicado da empresa (Novas medidas de contingência) com a decisão da gestão de marcar férias individuais e usar todo o banco de horas dos eletricitários e eletricitárias. Agora, é mais uma questão que estamos discutindo com a empresa e defendendo os interesses dos trabalhadores(as).

A Cemig alegou que tal decisão foi necessária devido “aos impactos financeiros” das medidas para a prevenção do coronavírus na empresa. Imediatamente, a direção sindical questionou: quais são esses impactos?

O coordenador-geral do Sindieletro, Jefferson Silva, destaca que, “se alegam impactos para tais medidas, temos que ter conhecimento sobre esses impactos”. Ele detalha que é preciso saber se foram tomadas medidas de ajustes econômicos para os acionistas ou se a gestão está transferindo toda a responsabilidade da crise para o trabalhador e a trabalhadora.

“Entendemos que o momento vai exigir de todos nós um sacrifício coletivo, assim como já está sendo feito. Mas a nossa defesa sempre será o de preservar os direitos da categoria eletricitária”, ressalta Jefferson Silva.

Trabalho home office: custo e sacrifícios só para trabalhadores(as)?

Segundo o coordenador geral, o trabalho home office (trabalho em casa), por exemplo, foi mencionado pela gestão da empresa como uma iniciativa boa para o trabalhador e trabalhadora, mas já percebemos que esse discurso não é de todo verdadeiro.  Apesar da legislação garantir que a totalidade do custo desse regime de trabalho seja de responsabilidade da empresa, a Cemig afirma que não tem como custear. “É um sacrifício para quem está trabalhando em home office. Imagina para as mulheres, profissionais da Cemig que acumulam a quarentena das escolas de seus filhos com o trabalho em casa, com a dupla jornada no mesmo horário. O nível de estresse pode ser ainda maior que no ambiente Cemig”, afirma.

Ainda de acordo com Jefferson Silva, sacrifício também fazem as equipes de campo que têm suas jornadas alteradas para o regime de escala. As equipes sacrificam ainda a saúde mental com as preocupações que passaram a ter sobre as condições de exposição, visto  que as medidas preventivas adotadas pela gestão da empresa não impedem as aglomerações ou contato com terceiros.

Sacrificados também são os terceirizados que, em sua maioria, são obrigados a manter a rotina de trabalho. Há também os casos de trabalhadores terceirizados que estão sendo dispensados de suas atividades porque a gestão da empresa não vai garantir o pagamento dos contratos para atividades suspensas.

“Por isso precisamos ter conhecimento sobre os impactos e qual sacrifício será imposto aos acionistas”, enfatiza o coordenador-geral. Ele acrescenta que, o momento não permite priorizar a política de dividendos. O que precisamos é de uma solidariedade recíproca da gestão da empresa para evitar impactos maiores à força de trabalho da Cemig.

A vida vale mais!