Omulú do Afoxé do Bandererê sai às ruas BH contra o racismo religioso
Atividade, que contou com o apoio da CUT Minas, teve apresentações de Babadan, Dj Camis, Samba da Meia-Noite, Swing Safado e Dj Raquel Feu
Publicado: 29 Agosto, 2022 - 14h40
Escrito por: Brasil de Fato Minas Gerais | Editado por: Rogério Hilário
Manifestação dos povos de religiões de matriz africana de Belo Horizonte, o cortejo de Omolú, organizado pelo bloco Afoxé Bandarerê, aconteceu neste domingo, 28 de agosto. A concentração aconteceu na Praça do México, no bairro Concórdia, na região Nordeste da capital mineira.
Com objetivo de festejar Omolú, considerado Orixá da cura para o povo negro, a atividade celebrou a vida, em resposta ao longo período de enfrentamento a pandemia de Covid-19, e o futuro.
A atividade aconteceu na rua e contou com apresentações culturais de Babadan Banda de Rua, Dj Camis, Samba da Meia-Noite, Swing Safado e Dj Raquel Feu. O cortejo teve apoio da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG).
Para a organização, a realização da atividade de forma pública contribui para o diálogo com a sociedade e o enfrentamento ao racismo religioso.
“Entendemos também a importância desta celebração para ressaltarmos o respeito à liberdade de expressão de culto dos povos de matriz africana, que tem sofrido vários ataques de racismo religioso inflamados pela atual conjuntura política do país”, enfatizam.
Sabejé
Considerado o Orixá da cura, tradicionalmente Omolú é homenageado em uma cerimônia denominada “Sabejé”, que consiste em uma caminhada na qual os participantes levam consigo um balaio de pipoca e pedem esmolas para possibilitar a realização da cerimônia nos terreiros religiosos.
No cortejo organizado pelo Afoxé Bandarerê a ordem das atividades se inverte. Primeiro é realizada a celebração no terreiro, com recursos próprios, e, no dia seguinte, os participantes vão às ruas em festejo e compartilham a “pipoca sagrada
“Em 2022, isso passa a ser ainda mais importante para nossa comunidade. A Covid nos matou, nos entubou, nos hospitalizou e nos deixou em casa, sofrendo e adoecendo todos os dias do corpo, da mente e da alma em tempos tão difíceis. Este ano vamos celebrar não somente a saúde, vamos celebrar a vida e, sobretudo, a libertação de um tempo ruim que está indo embora”, afirma a organização.