MENU

Petrobras volta a exigir plano de saúde para contratados e dependentes

Conquista para trabalhadoras e trabalhadores de terceirizadas é resultado de uma luta contínua travada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Sindipetro/MG

Publicado: 13 Setembro, 2023 - 15h33

Escrito por: Sindipetro/MG | Editado por: Rogério Hilário

Sindipetro/MG
notice

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, na semana passada anunciou uma grande conquista para os petroleiros terceirizados. A partir de agora, as empresas terceirizadas que desejarem vencer licitações para prestar serviços à Petrobras serão obrigadas a oferecer planos de saúde e odontológico para seus funcionários e dependentes.

A conquista é resultado de uma luta contínua travada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Sindipetro/MG, que têm insistido na importância dessa condição nos debates do Grupo de Trabalho (GT) dedicado à questão da terceirização. É importante ressaltar que esse direito fundamental havia sido retirado durante a gestão bolsonarista, mas foi restaurado após negociações e diálogo com a nova administração da Petrobrás.

Guilherme Alves, coordenador-geral do Sindipetro/MG, comemora essa vitória destacando a importância do diálogo entre o governo e os trabalhadores. “Agora é cobrar que essa exigência seja estendida para todos os contratos, não somente para os novos” , completou o coordenador-geral do Sindipetro/MG. O sindicato também busca avançar na melhoria dos salários e na volta do Fundo Garantidor, demandas que fazem parte da proposta de ACT apresentada pela FUP.

 Terceirizada precariza condições de trabalho

O Sindipetro/MG está acompanhando de perto uma série de denúncias envolvendo empresas terceirizadas na Refinaria Gabriel Passos (Regap). Os relatos de problemas vão desde uma rotatividade alarmante na empresa Green, referente ao laboratório, até a falta de pessoal na U-47.

No Laboratório da Regap, a empresa Green está provocando um problema de alta rotatividade que lembra a dinâmica de uma rede de fast-food. Além disso, a empresa está se recusando a fornecer novos EPIs, obrigando com que alguns funcionários tenham que usar uniformes velhos e deteriorados.

Já na U-47, o principal problema é a escassez de pessoal. Com a falta de quantidade suficiente de funcionários, os trabalhadores terceirizados da CEPEMAR estão sendo sobrecarregados, com jornadas exaustivas e um volume significativo de horas extras. Vale ressaltar que esse setor foi terceirizado nos últimos anos. Em 2018, ele também foi palco de um dos acidentes mais graves da Regap das últimas duas décadas, quando um técnico de operações sofreu queimaduras devido a um vazamento de ácido sulfúrico.

O diretor do Sindipetro/MG, João Henrique de Souza, destaca que o sindicato tem recebido denúncias sérias relacionadas às terceirizadas. “Não podemos aceitar que esses absurdos aconteçam na maior empresa da América Latina, uma estatal que deve servir aos interesses do povo. A Petrobras precisa atuar de forma mais dura para evitar essas situações e passar um recado claro para essas empresas”, afirma o diretor.