Trabalhadoras e trabalhadores da Petrobras Biocombustíveis entram em greve
Categoria paralisa as atividades em Montes Claros, Bahia e Rio de Janeiro em defesa dos empregos e contra a privatização da Petrobras
Publicado: 18 Maio, 2021 - 11h06 | Última modificação: 19 Maio, 2021 - 13h11
Escrito por: Sindipetro/MG

Trabalhadoras e trabalhadores da Usina Darcy Ribeiro, em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, entram em greve por tempo indeterminado a partir das 7 horas desta quinta-feira, 20 de maio. A paralisação é em defesa dos empregos e contra a privatização da Petrobras Biocombustíveis (PBio).
Com poucos mais de 10 anos de existência a Usina Darcy Ribeiro é sinônimo de desenvolvimento tecnológico e sustentável no Norte de Minas e, juntamente com as usinas de Candeias-BA e Quixadá-CE, está sendo entregue a iniciativa privada pela gestão privatista da empresa. Além de diminuir a presença da Petrobras no mercado de energias renováveis a venda da PBio põe em risco centenas de empregos de petroleiras e petroleiros concursados e que nos últimos anos acumularam experiência e pesquisa na produção de biodiesel.
O movimento é também uma resposta à intransigência da gestão da estatal, que recusa-se a negociar a manutenção dos empregos dos petroleiros e petroleiras da subsidiária, que está em processo final de privatização. O RH da Petrobras insiste em usar o modelo de venda da PBio como “impossibilidade jurídica” para atender a reivindicação da FUP e dos sindicatos de transferência dos trabalhadores para outras unidades do Sistema.
“A greve reivindica a manutenção dos empregos dos trabalhadores concursados da PBio, que já receberam todo o treinamento para atuar na empresa e ouviram, em 2019, a falsa promessa de que seriam realocados a outras áreas do Sistema Petrobras em caso de venda da holding”, explicou o coordenador do Sindipetro Minas Gerais, Alexandre Finamori.
“A greve está sendo decretada como último recurso devido à intransigência da antiga direção da Petrobrás. Os trabalhadores, a FUP e as direções dos Sindipetros buscam com isso reabrir as negociações com a nova diretoria da estatal para que seja revisto o envio desses trabalhadores para a sumária demissão pela nova empresa. O objetivo é mudar o modelo de venda para que os trabalhadores permaneçam no Sistema Petrobrás” informou o Sindipetro Bahia.
O fato é que os trabalhadores da PBio são concursados e seguem o mesmo Plano de Cargos e Avaliação de Carreiras (PCAC) do Sistema Petrobras, podendo, portanto, serem realocados em outras unidades da estatal e, assim, permanecer na empresa. Outra preocupação do movimento sindical é com os trabalhadores terceirizados, pois a venda da PBio vai impactar esse segmento da categoria, que vem sendo muito prejudicado com o desmonte e privatização das unidades da Petrobrás. Centenas de terceirizados já foram demitidos e encontram dificuldade para retornar ao mercado de trabalho.
Greve nacional
A greve aprovada pelos trabalhadores da PBio irá paralisar as atividades nas usinas de biocombustíveis de Candeias, na Bahia, e de Montes Claros, em Minas Gerais, além da sede da subsidiária, localizada no Rio de Janeiro. A usina de Quixadá, no Ceará, que também foi colocada à venda como as outras unidades, está em hibernação.