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População LGBTQIA+ protesta contra retirada de cores da fachada do CRLGBT

Com apoio de movimentos sindical, sociais, populares e de parlamentares, manifestantes denunciam a política preconceituosa do prefeito de Belo Horizonte, que cedeu à pressão da bancada ultraconservadora

Publicado: 28 Fevereiro, 2024 - 11h44 | Última modificação: 28 Fevereiro, 2024 - 11h52

Escrito por: Rogério Hilário, com informações do jornal Estado de Minas | Editado por: Rogério Hilário

Rogério Hilário
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Ativistas da população LGBTQIA+ e apoiadores participaram do Ato pela Defesa das Nossas Cores, uma semana após a retirada, pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), da fachada as cores do arco-íris do Centro de Referência LGBT (CRLGBT), localizado da rua Curitiba, 481, na Região Central da capital mineira.

O protesto aconteceu nesta terça-feira, 27 de fevereiro, em frente ao CRLGBT, com apoio da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), movimentos sindical, sociais e populares, parlamentares, entre eles os vereadores Pedro Patrus (PT), Bruno Pedralva (PT); as deputadas estaduais Beatriz Cerqueira (PT), Andréia de Jesus (PT) e Bella Gonçalves (Psol), representantes da vereadora Iza Lourença (Psol) e da deputada estadual Macaé Evaristo (PT).

Maicon Chaves, presidente do Cellos

Na tarde do último dia 20, a PBH mandou retirar a fachada colorida do CRLGBT. Para ativistas e parlamentares de partidos associados à esquerda, a ação representou um ato de LGBTfobia institucional e passa uma mensagem de violência para a população LGBTQIA+.

Após a atitude da PBH, Rosilene Cristina Rocha pediu exoneração no cargo de Secretária Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania. Como substituto interino, o prefeito nomeou Josué Costa Valadão para a chefia da pasta. As decisões foram confirmadas pelo Diário Oficial do Município (DOM) de terça-feira, 27 de fevereiro.

“A manifestação é a nossa resposta a esta política de esconder nossas cores, nossa identidade, nossos símbolos, adotada pelo prefeito Fuad Noman (PSD, que cedeu às pressões dos ultraconservadores da Câmara Municipal.  Não podemos aceitar esse retrocesso. Retirar a bandeira da causa LGBT de um equipamento que atende o público LGBT é extinguir uma identidade que merece ser respeitada. Foi um ato de violência institucional”, protestou Maicon Chaves, presidente do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos-MG).

“As cores são conquistas, nos dão visibilidade. Ao retirar a plotagem da fachada, retiraram nossa identidade. Nós construímos este Centro de Referência, esta política de pública de acolhimento, de enfrentamento com muita luta nas ruas, com muito sangue. Hoje está tirando nossas bandeiras da fachada, mas não vamos voltar para o armário”, acrescentou.

Maicon lembrou que a própria manutenção do CRLGBT para que ele se tornasse um equipamento de portas abertas no centro de Belo Horizonte causou revolta entre cidadãos e parlamentares de extrema-direita. “Este equipamento já esteve com grades fechadas, já existia, mas ninguém sabia que ele estava lá. O movimento social teve uma conversa com a Prefeitura e com a Diretoria de Políticas para a População LGBT e foi colocada uma porta de vidro com uma faixa escrito ‘bem-vindes’. Isso já provocou um rebuliço na extrema-direita em Minas Gerais, sobretudo entre parlamentares que pensam que a garantia dos nossos direitos e da nossa cidadania os atinge de alguma forma”, explicou ele.

“Falo em nome de todos os trabalhadores dos Correios de Minas Gerais, para trazer nossa solidariedade a esta luta. Porque o ato do prefeito na última semana foi um ato de discriminação institucional, e tem que ser investigado. Não vamos ceder à pressão da extrema direita, que sempre tenta invisibilizar a luta LGBTQIA+. Não vamos aceitar. Estamos nas ruas. Assim como nós fizemos na construção do Carnaval de Luta, em que a Comunidade LGBTQIA+ mostrou a que veio. Vamos mostrar que nas próximas eleições esta comunidade tem que ser ouvida. Porque tem voz em Belo Horizonte. Deixamos nossa solidariedade, da CUT/MG e do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios. Vamos à luta, porque só a luta pode garantir a nossa vitória”, disse Robson Gomes Silva, presidente Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos e Similares do Estado de Minas Gerais (Sintect/MG e secretário de Comunicação da CUT/MG.