Professoras e professores da rede privada paralisam atividades em Juiz de Fora
Segundo o Sinpro -JF, se recusam a conceder o reajuste salarial mínimo com base na correção inflacionária, com garantia de retroatividade
Publicado: 15 Setembro, 2022 - 16h43
Escrito por: Tribuna de Minas | Editado por: Rogério Hilário
Professores da rede privada de ensino paralisaram totalmente as atividades nesta quinta-feira, 15 de setembro, em Juiz de Fora. De acordo com o Sindicato dos Professores (Sinpro-JF), diversas escolas tiveram adesão de 100% da categoria e, em outras instituições, a adesão foi parcial. Uma assembleia foi realizada ao longo da manhã, quando foi discutida uma proposta construída com a mediação da Justiça e sinalizada a possibilidade de nova paralisação em 4 de outubro, caso as partes não cheguem a um acordo sobre a recomposição salarial da categoria.
A decisão pela paralisação se deu em assembleia realizada no fim de agosto. Segundo o Sinpro-JF, as entidades patronais, embora tenham ciência sobre a intensa jornada de trabalho dos professores, se recusam a conceder o reajuste salarial mínimo com base na correção inflacionária, com garantia de retroatividade. De acordo com a entidade sindical, a campanha salarial da categoria foi iniciada em dezembro, quando as reivindicações foram apresentadas à entidade patronal.
“Em nossa pauta, pleiteamos a correção dos nossos salários pela inflação (10,67%) com retroatividade à nossa data-base (1º de fevereiro), o ressarcimento parcial das despesas que tivemos durante a pandemia com a adoção do ensino remoto e o ganho real de 5%. Desde o início, os estabelecimentos privados de ensino insistiram num reajuste que impõe perdas salariais inferior à inflação”, informou o Sinpro.
Discussões continuam
De acordo com o Sinpro, a última proposta patronal tinha sido de reajuste de 8%, percentual abaixo da inflação, sem garantia de retroatividade. Além disso, a entidade patronal não teria garantido a dilatação da data-base. A situação, segundo a coordenadora-geral do Sindicato dos Professores, Maria Lúcia Lacerda, fez com que a entidade solicitasse um pedido de mediação ao Tribunal Regional do Trabalho. Conforme a coordenadora-geral, em audiência realizada nesta semana, uma proposta foi construída e apresentada durante a assembleia desta quinta-feira.
“Essa proposta estaria casada com a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, que tem vigência até o final de janeiro. Ela foi apresentada hoje (quinta) e nós vamos levar um ajuste em relação ao percentual de reajuste salarial. Também deixamos autorizada uma nova assembleia dia 4, com paralisação, caso o cenário não se chegue a um acordo na nova audiência que teremos semana que vem”, informou.