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Psicólogas e psicólogos debatem mercado de trabalho na IV Mostra

Reforma trabalhista é tema da atividade, na Praça da Assembleia, que marcou os 56 anos da regulamentação da profissão

Publicado: 28 Agosto, 2018 - 14h57 | Última modificação: 06 Setembro, 2018 - 12h28

Escrito por: Rogério Hilário

Rogério Hilário
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Em comemoração aos 56 anos da regulamentação da profissão no Brasil, o Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG), com apoio do Sindicato dos Psicólogos (Psind), realizou na segunda-feira (27), a IV Mostra Mineira de Práticas de Psicologia. A atividade, que teve como foco a formação profissional, o mercado de trabalho, a diversidade, a atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) e no Sistema Único de Assistência Social (SUAS), aconteceu na Praça da Assembleia Legislativa (ALMG), em Belo Horizonte. Representantes de mais de 30 municípios mineiros participaram da IV Mostra, que contou com 18 oficinas práticas, 61 rodas de conversa e 46 apresentações de trabalhos, divididas em 18 tendas.

 “A psicologia hoje se insere em diferentes espaços, sempre articulada com os princípios dos direitos humanos.  A Mostra dá uma ideia de como ela está inserida nas políticas públicas,  na nas empresas, nos grupos sociais. Com a redemocratização, houve o avanço da profissão, que antes era restrita a clínicas, consultórios e dentro de empresas. Ampliou-se o mercado de trabalho, temos hoje profissionais diversos, conquistamos novas áreas de atuação. A defesa da democracia é algo que queremos.  Na atual conjuntura, a psicologia é chamada a normatizar comportamentos, mas, a despeito disso, os valores ético e teórico se mantêm. Isso acontece em situações diversas, com suas especificidades”, disse Felipe Tameirão, conselheiro-secretário do CRP-MG.

“A psicologia não foi feita para controlar as pessoas. Vivemos um momento em que há uma impulsividade pelo controle, os discursos do ódio. Psicologia é valorizar a pluralidade, os direitos humanos. Esta IV Mostra é um ato político. Aqui reunimos representantes de  mais de 30 municípios com diversas práticas de psicologia, realizamos debates, com peculiaridades da origem das pessoas. E defendemos uma psicologia com compromissos sociais, contra os retrocessos na saúde, nas políticas públicas, que vêm sendo impostos pelo governo golpista e ilegítimo”, afirmou a presidenta do Psind-MG, Lourdes Aparecida Machado, e da Direção Estadual da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG).

“Como profissão regulamentada, a psicologia nasceu em plena ditadura e rompeu com os laços anteriores, pela liberdade de se libertar daquelas premissas. E ganhou asas para alçar vôo na redemocratização. Foi  muito além dos consultórios e mais para os direitos humanos. Abraçou as políticas públicas e os movimentos sociais. Ela se fortaleceu ao se aproximar mais dos que precisam de escuta, ganhou vida e se firmou como direito e profissão, compromisso social, do lado do sofrimento humano. Isto nos dá condições de participar de outros espaços. Isto podemos constatar nas mesas, rodas de conversa. Sob os pontos de vista de raça, gênero, fez com que ela avance e fortaleça a democracia”, disse Roges Carvalho, da Direção Executiva do Psind-MG.

Ederson Alves da Silva, da Direção Executiva da CUT/MG, participou da Roda de Conversa sobre “Condições e relações de trabalho”, na tenda do Psind-MG. Ele lembrou que a reforma trabalhista, que ocorreu em consequência do golpe que resultou no impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada em 1943, foi alterada em mais de 100 artigos. “O impeachment, em 2016, contou com grande apoio do empresariado e o governo ilegítimo retribuiu com medidas que favoreceram o setor, como as restrições às ações na Justiça do Trabalho, a jornada intermitente, as férias fracionadas, intervalo interjornada, entre outras medidas, que atacam a classe trabalhadora e o movimento sindical", disse Ederson Alves da Silva.