Rede Minas, comandada por Zema, censura entrevista de Guilherme Boulos
Emissora reprisou uma entrevista da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, exibida há mais de um ano, em junho de 2021
Publicado: 04 Outubro, 2022 - 14h44 | Última modificação: 04 Outubro, 2022 - 16h35
Escrito por: @jornalistasdeminas, | Editado por: Rogério Hilário
A Rede Minas, emissora pública mineira, censurou a entrevista do deputado federal eleito por São Paulo, Guilherme Boulos (Psol), segundo mais votado em todo o país e apoiador da eleição de Lula, exibida ontem ao vivo pelo programa Roda Viva da TV Cultura, emissora pública de São Paulo. No lugar de Boulos, a emissora mineira, comandada pelo governador Romeu Zema (Novo), apoiador do candidato Bolsonaro, reprisou uma entrevista da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, exibida há mais de um ano, em junho de 2021. Mais cedo, a emissora também determinou que a chamada para a entrevista de Boulos fosse retirada do ar.
Hoje também a Rádio Inconfidência, que como a Rede Minas também é uma emissora pública e não estatal, exibiu uma propaganda do governo Zema em suas redes sociais exaltando sua administração e dizendo que o " trem que entrou nos trilhos vai continuar no mesmo caminho, com vagões carregados de desenvolvimento e oportunidades", mesmo mote usado pelo governador reeleito em sua campanha.
O post foi deletado na sequência após questionamentos do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) sobre a letalidade da postagem, já que a emissora, de acordo com seu estatuto, pode divulgar ações de interesse público e não propaganda institucional.
A Rede Minas não deu nenhuma explicação aos telespectadores sobre os motivos da TV reprisar um programa antigo e não o que estava acontecendo ao vivo. O Roda Viva é exibido regularmente na grade da emissora pública mineira e consta da programação oficial da TV Minas.
Procurada pelos @jornalistasdeminas, Rede Minas não respondeu ao pedido de informações sobre a não veiculação da entrevista de Boulos e também não se manifestou sobre a veiculação de propaganda do governo Zema nas redes sociais da Rádio Inconfidência.